O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), participou neste domingo (6) do ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo. O evento reuniu apoiadores e políticos que defendem a anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro.
Na imagem divulgada nas redes sociais, Lima aparece ao lado de Bolsonaro e de outros cinco governadores: Ronaldo Caiado (União-GO), Jorginho Mello (PL-SC), Ratinho Junior (PSD-PR), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Mauro Mendes (União-MT).
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Wilson Lima reforça alinhamento com Bolsonaro
A presença de Wilson Lima no ato reforça seu alinhamento com o bolsonarismo, movimento que foi decisivo para sua reeleição em 2022. O governador tenta consolidar sua base entre os eleitores conservadores, mirando uma possível candidatura ao Senado em 2026.
Em 2022, Lima venceu no segundo turno com 56,65% dos votos válidos, com apoio explícito de Bolsonaro. Agora, busca manter esse capital político ao se posicionar publicamente ao lado do ex-presidente.
O evento na Paulista foi interpretado por analistas como um teste de força de Bolsonaro após sua inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A presença de governadores, como Lima, indica que o ex-presidente ainda exerce influência sobre lideranças estaduais.
Estratégia eleitoral de olho no Senado
Nos bastidores, aliados de Wilson Lima indicam que ele avalia disputar uma vaga no Senado Federal em 2026. Para isso, precisa manter visibilidade nacional e apoio do eleitorado conservador, especialmente no interior do Amazonas.
O gesto de apoiar publicamente a pauta da anistia aos presos do 8 de janeiro, embora controverso, visa fidelizar esse segmento. Segundo pesquisa do Datafolha, 40% dos eleitores que se identificam como de direita apoiam a anistia.
Além disso, Lima busca se projetar como uma das principais lideranças do União Brasil no Norte, disputando espaço com nomes como o governador de Roraima, Antonio Denarium.
Impacto político no Amazonas
No contexto local, a movimentação de Wilson Lima pode influenciar alianças para as eleições municipais de 2024. Em Manaus, o apoio do governador será disputado por candidatos que buscam o voto bolsonarista.
O gesto de Lima também pode gerar reações da oposição na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), onde o tema dos atos antidemocráticos ainda provoca debates acalorados.
Embora o evento tenha sido pacífico, a defesa da anistia é alvo de críticas de juristas e entidades como a OAB, que consideram a medida um retrocesso ao Estado Democrático de Direito.
Ainda assim, Wilson Lima aposta no capital político de Bolsonaro como estratégia para ampliar sua influência no cenário nacional e local.