Bolsonaro defende anistia e diz que não fugirá da Justiça

Ex-presidente afirma que está à disposição das autoridades e nega ter cometido irregularidades durante seu governo.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a discursar neste domingo (6), na Avenida Paulista, em São Paulo. Ele reforçou sua defesa pela anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro e afirmou que não pretende fugir, mesmo diante da possibilidade de prisão.

Se acham que eu vou desistir, que eu vou fugir, estão enganados. Eu fiz um juramento, eu cumpro. Defender minha pátria com o sacrifício da própria vida”, declarou Bolsonaro, diante de apoiadores.

Bolsonaro desafia adversários políticos

O ex-presidente afirmou que seus opositores desejam sua morte. Segundo ele, isso ocorreria por ser “um espinho na garganta deles”. A fala intensifica a retórica de confronto com o Judiciário e setores da esquerda.

Bolsonaro também criticou a manifestação organizada pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), realizada em 31 de março. Chamou o ato de “flopado” e disse que teve baixa adesão.

Réu no STF por tentativa de golpe

Na última semana, Bolsonaro se tornou réu na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A acusação envolve suposta tentativa de golpe de Estado, em dezembro de 2022, após reunião com militares e ministros.

O inquérito é parte da investigação sobre ataques à democracia e à legitimidade do processo eleitoral. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Impacto político no Amazonas e em Manaus

No Amazonas, lideranças bolsonaristas acompanham com atenção os desdobramentos. O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) e o vereador de Manaus Rafael Barros (PL) já se manifestaram em apoio ao ex-presidente.

A base do PL no estado tem buscado mobilizar apoio popular, especialmente em Manaus, onde Bolsonaro obteve votação expressiva em 2022. A retórica de perseguição política pode fortalecer sua imagem entre eleitores conservadores locais.

Possíveis desdobramentos jurídicos e eleitorais

Se condenado, Bolsonaro pode ficar inelegível por até oito anos. Isso o impediria de disputar as eleições de 2026. O cenário já provoca movimentações internas no PL e entre partidos da direita.

Especialistas apontam que o discurso de resistência pode manter sua base mobilizada. No entanto, o avanço das investigações no STF pode enfraquecer sua posição institucional.

O contexto atual remete a crises anteriores entre os Poderes. A Constituição Federal garante a independência entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Mas, nos últimos anos, têm crescido os atritos entre lideranças políticas e o Supremo.

Clima de polarização permanece

O discurso de Bolsonaro ocorre em um momento de acirramento político. A oposição acusa o governo Lula de omissão diante da escalada de tensões. Já o Planalto evita comentar diretamente as declarações

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