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- Tarcísio de Freitas criticou o governo Lula em 9 de julho, em São Paulo, após tarifa imposta por Trump a produtos brasileiros.
- A Zona Franca de Manaus pode perder competitividade; o Amazonas exportou mais de US$ 1 bilhão em 2023.
- Deputados e ministros acusam o governador de São Paulo de favorecer interesses estrangeiros e prejudicar a indústria nacional.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), gerou controvérsia após comentar a decisão do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida impacta setores estratégicos da economia nacional, incluindo exportações do Amazonas, como a Zona Franca de Manaus.
A declaração de Tarcísio, feita em 9 de julho, responsabiliza o governo federal pela resolução do conflito. Segundo ele, cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conduzir um “esforço diplomático com maturidade política”. A fala gerou críticas de lideranças políticas e reações nas redes sociais.
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Críticas a Tarcísio de Freitas
A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) chamou o governador de “traidor da pátria”. Já o ministro Márcio França (Empreendedorismo) alertou sobre o uso de símbolos estrangeiros. Ele publicou uma imagem de Tarcísio com o boné Make America Great Again, associado a Trump.
As críticas evidenciam o embate entre alas políticas sobre alinhamentos internacionais. A oposição acusa o governador paulista de apoiar interesses externos em detrimento da indústria nacional.
Impactos no Amazonas e na economia brasileira
O Amazonas pode ser afetado pela tarifa, especialmente no polo industrial de Manaus. Segundo dados da Suframa, o estado exportou mais de US$ 1 bilhão em 2023, parte para os EUA.
Setores como eletroeletrônicos e motocicletas, com forte presença no estado, podem perder competitividade. A medida de Trump pressiona o governo brasileiro a negociar para proteger empregos e investimentos regionais.
Governo federal e relações diplomáticas
O Itamaraty ainda não divulgou nota oficial sobre a tarifa. O governo Lula busca manter diálogo com ambos os partidos norte-americanos. A estratégia é evitar rupturas comerciais em um ano eleitoral nos EUA.
Especialistas em comércio exterior apontam que medidas unilaterais como essa exigem resposta coordenada. O Brasil pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a tarifa.
Disputa política nacional e internacional
A fala de Tarcísio ocorre em meio a especulações sobre sua possível candidatura à Presidência em 2026. O alinhamento com Trump pode sinalizar aproximação com setores conservadores e liberais do eleitorado.
Enquanto isso, Lula aposta em uma política externa multilateral, buscando acordos com Europa, China e países do Sul Global. A disputa de narrativas reflete a polarização política brasileira e seus reflexos na diplomacia.