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- O STF iniciou em 10 de junho os interrogatórios dos réus por tentativa de golpe, começando com Mauro Cid, em Brasília.
- Entre os oito réus estão Jair Bolsonaro, Anderson Torres e Braga Netto, cujas penas podem ultrapassar 30 anos.
- O Supremo Tribunal Federal conduz o processo com forte repercussão política e atenção de instituições nacionais e internacionais.
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira (10) os interrogatórios dos réus do núcleo central da suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O primeiro a depor é o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Cid é réu e delator no processo conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes.
A audiência é transmitida ao vivo pela TV Justiça. A previsão é que o depoimento de Cid ocupe todo o primeiro dia de oitivas.
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Depoimentos no STF sobre tentativa de golpe
Os interrogatórios seguem até 13 de junho. Além de Cid, outros sete réus serão ouvidos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os depoimentos seguem ordem alfabética após o primeiro delator.
Confira a ordem dos depoimentos:
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, general e ex-ministro.
Contexto político e impacto no Amazonas
No Amazonas, parlamentares acompanham os desdobramentos com atenção. A bancada federal avalia os reflexos institucionais da crise. Segundo dados do TSE, Lula venceu no estado com 57% dos votos válidos em 2022.
O governador Wilson Lima (União Brasil) tem evitado declarações públicas sobre o caso. No entanto, membros da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) já manifestaram preocupação com a estabilidade democrática.
Fase final do processo no STF
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, participa das oitivas. As defesas também podem fazer perguntas. Os réus têm direito ao silêncio, conforme a Constituição.
Braga Netto será o único a depor por videoconferência. Preso desde dezembro de 2023, ele é acusado de tentar obstruir investigações e acessar trechos da delação de Cid.
O julgamento final dos réus deve ocorrer no segundo semestre. As penas podem ultrapassar 30 anos de prisão, caso haja condenação.
Repercussão nacional e institucional
O processo no STF marca uma das etapas mais sensíveis da história recente do Brasil. A apuração envolve ex-militares e ex-ministros do governo Bolsonaro.
A condução firme do ministro Alexandre de Moraes tem sido acompanhada por instituições democráticas e pela comunidade internacional.
O caso segue sendo um teste para a solidez das instituições brasileiras, com reflexos diretos no cenário político nacional e regional.