O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (1º) que a eleição de uma maioria no Senado Federal em 2026 será estratégica para garantir a estabilidade institucional do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração ocorreu durante o congresso nacional do PSB, em Brasília.
Segundo Lula, é necessário priorizar candidaturas ao Senado para evitar que a direita, liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), influencie decisões que afetem o funcionamento do STF. O presidente defendeu que os partidos aliados avaliem a viabilidade de candidaturas ao Executivo estadual, priorizando nomes competitivos para o Legislativo federal.
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Senado em 2026: disputa por 2/3 das cadeiras
Em 2026, 54 das 81 cadeiras do Senado estarão em disputa. Isso representa dois terços da Casa. A composição do Senado tem papel central na aprovação de indicações ao STF e em processos legislativos que impactam o Judiciário.
Lula alertou que, sem maioria progressista, há risco de interferência na Suprema Corte. A fala foi direcionada à militância do PSB, que cogita lançar candidaturas estaduais em vez de priorizar o Congresso Nacional.
Contexto político no Amazonas
No Amazonas, apenas uma das três cadeiras do Senado será renovada em 2026. O atual senador Plínio Valério (PSDB) é o mais cotado para buscar a reeleição. O PT e partidos aliados estudam lançar um nome forte na disputa.
O estado tem histórico de alternância entre direita e centro-esquerda. Em 2022, o governador Wilson Lima (União Brasil) foi reeleito com apoio do bolsonarismo, enquanto Lula venceu no segundo turno no Amazonas com 57,2% dos votos, segundo o TSE.
Disputa entre blocos políticos
O bloco de direita tenta manter e ampliar sua influência no Senado. Atualmente, partidos como PL, PP e Republicanos somam mais de 30 cadeiras. Já o PT e aliados têm menos de 20. A diferença dificulta a aprovação de pautas do governo e indicações ao STF.
O presidente destacou a importância de eleger senadores alinhados ao projeto democrático. Ele também sugeriu que os partidos façam alianças regionais para evitar fragmentação de votos.
Supremo Tribunal Federal no centro do debate
O STF tem sido alvo de críticas da direita, especialmente após decisões relacionadas à pandemia, eleições e liberdade de expressão. A composição da Corte depende de indicações presidenciais aprovadas pelo Senado.
Lula já indicou dois ministros ao STF em seu terceiro mandato. A próxima vaga será aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber, em 2023. A oposição tenta barrar indicações consideradas ideológicas.
Segundo a Constituição, o Senado tem a prerrogativa de sabatinar e aprovar os indicados ao STF por maioria simples. Por isso, a correlação de forças na Casa é decisiva para o Judiciário.
Alianças e estratégias para 2026
O presidente defende uma frente ampla para conquistar cadeiras no Senado. A ideia é evitar disputas internas entre partidos de esquerda e centro-esquerda, fortalecendo candidaturas únicas em estados-chave.
O PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, é visto como peça importante nessa articulação. Lula pediu que a legenda avalie com cuidado onde lançar candidatos próprios ao governo estadual.
A meta é garantir governabilidade e proteger as instituições democráticas, segundo o presidente. O Senado será peça-chave nesse equilíbrio político até 2030.