O Brasil registrou uma redução de 70% na área queimada no primeiro trimestre de 2025. De janeiro a março, foram 912,9 mil hectares atingidos pelo fogo, contra 2,1 milhões no mesmo período de 2024.
Segundo o Monitor do Fogo, ferramenta do MapBiomas, 78% das áreas queimadas eram de vegetação nativa. A formação campestre foi a mais afetada, com 43% da área consumida.
Roraima lidera áreas queimadas no país
Roraima foi o estado com maior área queimada, somando 415,7 mil hectares. O Pará aparece em segundo, com 208,6 mil hectares, seguido pelo Maranhão, com 123,8 mil hectares.
Entre os municípios, Pacaraima (121,5 mil ha) e Normandia (119,1 mil ha), ambos em Roraima, foram os mais atingidos.
De acordo com Felipe Martenexen, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), a estação seca no início do ano torna Roraima especialmente vulnerável. “Os dados refletem a sazonalidade climática, com o estado despontando como principal foco de fogo”, afirmou.
Amazônia concentra maior extensão queimada
A Amazônia teve a maior extensão queimada no trimestre, com 774 mil hectares — 72% a menos que em 2024. Ainda assim, concentrou 78% da área total queimada no país.
Vera Arruda, pesquisadora do MapBiomas Fogo, alerta para os riscos da próxima estação seca. “Ela pode reverter a tendência de redução”, disse.
Cerrado registra aumento de queimadas
Apesar da queda geral, o Cerrado teve aumento de 12% nas queimadas, com 91,7 mil hectares atingidos. O número está 106% acima da média histórica desde 2019.
A Mata Atlântica e o Pampa também registraram crescimento. A primeira teve 18,8 mil hectares queimados (alta de 7%) e o segundo, 6,6 mil hectares (alta de 1,4%).
Pantanal e Caatinga apresentam queda
O Pantanal e a Caatinga reduziram suas áreas queimadas em 86% e 8%, respectivamente. Foram 10,9 mil hectares no Pantanal e 10 mil na Caatinga.
Esses dados indicam que as chuvas no início do ano ajudaram a conter os focos de incêndio, segundo especialistas.
Março teve queda expressiva nos focos de fogo
Em março de 2025, o país registrou 106,6 mil hectares queimados, o que representa redução de 86% em relação a março de 2024.
Desse total, a Amazônia queimou 55,1 mil hectares; o Cerrado, 37,8 mil; a Caatinga, 2,2 mil; a Mata Atlântica, 9,2 mil; o Pampa, 1,5 mil; e o Pantanal, 561 hectares.
Os dados reforçam a necessidade de políticas públicas de prevenção específicas para cada
