Durante sessão na Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta terça-feira (15/4), os vereadores Coronel Rosses (PL) e Zé Ricardo (PT) criticaram a retirada dos cobradores do transporte coletivo da capital. Eles acusaram o prefeito David Almeida (Avante) de descumprir promessa de campanha e alertaram para o risco de demissão em massa.
Rosses classificou a medida como ilegal e citou a Lei Municipal nº 2.898/2022, que exige a presença de cobradores. “Prometer e não cumprir, isso se chama estelionato eleitoral”, afirmou.
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Segundo Rosses, qualquer mudança no modelo de cobrança precisa passar pela CMM. “Essa lei não mudou. Se houver alteração, deve ser discutida nesta Casa”, declarou. O vereador também criticou a ausência de diálogo com a categoria e defendeu a atuação do Legislativo como fiscalizador.
Zé Ricardo reforçou o argumento legal e destacou os impactos sociais da medida. Para ele, a retirada dos cobradores compromete empregos e não resolve os problemas de segurança. “O que querem hoje são os celulares dos passageiros. O que menos sofre é o empresário”, disse.
Impacto social e omissão do Executivo municipal
O vereador petista cobrou posicionamento da Prefeitura. “A prefeitura é o poder concedente. É papel dela intervir”, afirmou. Ele também criticou o silêncio do prefeito David Almeida diante da situação.
Coronel Rosses foi além e desafiou o Executivo a transferir a responsabilidade da segurança nos ônibus à Guarda Municipal. “Se me der estrutura, reduzo as ocorrências em 45 dias”, garantiu.
Alternativas e apoio à categoria dos cobradores
Ambos os parlamentares defenderam alternativas para a realocação dos trabalhadores, caso a mudança seja inevitável. “Vamos acionar a Justiça. Vamos garantir um destino digno a esses dois mil pais e mães de família”, concluiu Rosses.
A retirada dos cobradores reacende o debate sobre o papel da Prefeitura de Manaus na gestão do transporte público. A medida, segundo os vereadores, não apenas contraria a legislação, mas também fragiliza o sistema e ameaça direitos trabalhistas.