O primeiro cemitério indígena urbano do Brasil “Yane Ambiratá Rendáwa Bara Upé” foi inaugurado, nesta terça-feira (19), em Manaus.
O local fica instalado no cemitério Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã.
O espaço conta com 216 gavetas em cada um dos cinco módulos, totalizando 1.080 espaços no campo-santo.
“353 anos de indiferença e esquecimento, e hoje estamos entregando esse cemitério indígena, que é o primeiro do Brasil, para que essa memória ancestral possa ser celebrada e cultuada. Nós queremos tratar a questão indígena de forma clara, de forma digna, e reconhecendo os donos dessa terra. Aqui está o meu reconhecimento, pelo trabalho, pela ancestralidade, pela importância de cada um. Manaus tem suas origens, nós somos herança dessa ancestralidade”, ressaltou o prefeito David Almeida.
Para a coordenadora da Copime, Marcivana Saterê-Maué ressaltou que os antepassados deixaram vestígios para a cidade.
“Manaus é território indígena. Agora nós temos a possibilidade, por meio do cemitério, de trazermos essa memória, uma memória presente, o cemitério estará presente para nós e ficará para as gerações futuras”, disse.
Memorial Indígena
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Os indígenas de Manaus conseguiram resgatar em 2021 o território sagrado com a criação do memorial Indígena de Manaus.
A praça Dom Pedro II, localizada no centro histórico da capital amazonense, teve reconhecida no ano passado sua necrópole dos povos ancestrais no Dia do Índio, 19 de abril, com a inauguração do Memorial Aldeia da Memória Indígena de Manaus.
Sítio arqueológico
O Memorial Aldeia da Memória Indígena de Manaus foi um marco para o resgate do verdadeiro início do processo cultural da cidade de Manaus, com os vestígios desse cemitério indígena, onde hoje está uma placa marcando e informando o local para a visitação pública e realização de cerimônias religiosas das muitas etnias que habitam o Amazonas.