Com a proximidade do periodo de eleições, velhos caciques da política amazonense usam números da pandemia mundial para chamar atenção em redes sociais.
Nos últimos dias, comentários publicados pelo ex-prefeito de Manaus, Arthur Neto e pelo ex-governador do Amazonas, Amazonino Mendes, tentam atribuir o crescimento do contagio da variante Ômicron no Amazonas a decisões políticas.
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As pré-candidaturas de Arthur Neto (PSDB), para o Senado Federal, e Amazonino Mendes (sem partido), para o Governo do Estado, já foram amplamente divulgadas no Amazonas.
A manobra, como forma de influenciar seguidores, foi observada pela imprensa local como mostra reportagem publicada no site O Poder.
As críticas publicadas nas redes sociais de Arthur Neto e Amazonino Mendes não levam em consideração decisões tomadas pelos governos municipal e estadual a fim de evitar o avanço do covid-19.
Desde o final de 2021, medidas como cancelamento de grandes eventos, fiscalizações constantes contra aglomerações, intensificação da campanha de vacinação na capital e no interior e alertas diários de manutenção de medidas de prevenção buscam evitar ou agravamento do contágio da nova variante no estado.
A chegada da Ômicron ao Amazonas nunca foi tratada como algo inesperado.
No dia 4 de janeiro, o Secretário de Estado de Saúde, Anoar Samad, chegou a publicar, também em rede social, que “mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer’.
“Quanto pior melhor”
A tática de usar números da pandemia – que se repetem no Brasil e no mundo a fora – como estratégia de campanha mostra o uso da velha estratégia de “quanto pior melhor”.
Na América do Sul, o Brasil fica atrás apenas do Chile (86%), Uruguai (76%), Argentina (73%) e Equador (72%) na aplicação da 2ª dose da vacina.
O país também está entre os dez mais populosos do mundo com a maior cobertura de duas doses.
No Amazonas, o crescimento acelerado de contágios, após a chegada da Ômicron, está longe de ser o mesmo do ano passado.
Especialista afirmam que o trabalho no avanço da vacinação é o grande responsável por impedir a gravidade dos casos registrados no sistema de saúde.
Velha política
A estratégia usada por Arthur Neto e Amazonino Mendes mostra que a velha política permanece, ainda que em meios mais modernos.
No Twitter, Arthur Neto colocou a culpa da nova onda de covid-19 na gestão pública.
Já Amazonino tentou comparar os números atuais com a registros de janeiro de 2021.
Nenhum dos dois caciques faz uma análise baseada em levantamento estatístico comparado a outros estados e, principalmente, com a ciência.
O fato chama a atenção para o uso das redes sociais a fim de distorcer a realidade.
Daqui para frente, caberá uma breve observação da realidade em vez do velho discurso.