Segundo levantamento da plataforma Our World in Data, vinculada à Universidade de Oxford, o Brasil é um dos países da América do Sul com maior número de 2ª doses aplicadas de vacina contra covid-19.
Desde a aplicação da 1ª dose do imunizante, há um ano, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) possui o registro de 68% da população com as duas doses.
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Na América do Sul, o país fica atrás apenas do Chile (86%), Uruguai (76%), Argentina (73%) e Equador (72%).
A lista indica grandes desigualdades, com Europa (62%), Asia (58%), Oceania (58%), América do Norte (54%) e América do Sul (65%), acima da média mundial de 50% de vacinados. A África possui apenas 9,9% da população com duas doses.
Na analise dos 30 países mais populosos do mundo, o Brasil fica na 9ª colocação entre os que conseguiram a maior cobertura com duas doses.
A lista é liderada pela Coreia do Sul (84,5%), China (84,2%), Japão (78,9%), Itália (74,9%), França (74,8%), Alemanha (71,8%), Reino Unido (70%) e Vietnam (69,7%).
Os países onde a população teve menos acesso às vacinas, com porcentual inferior a 10%, foram Quênia, Nigéria, Tanzânia, Etiópia e República Democrática do Congo.
A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mônica Levi, vê o percentual de vacinados no Brasil como alto em relação a países que lidam com movimentos antivacina mais fortes, como Estados Unidos (62%) e Israel (64%).
“Eles não conseguem avançar, porque sobraram aqueles que têm resistência enorme à vacinação. A gente vê no Brasil facilidade muito maior, e estamos em situação melhor. Alguns países estão melhores que a gente, mas a resistência à vacinação aqui ainda não é tão grande, mas pode se tornar”, diz ela.
A diretora também vê com preocupação a hesitação à vacinação de crianças.
“É uma tristeza para nós, da área médica, ver que questões políticas estejam influenciando as decisões de pais sobre a saúde dos próprios filhos, que possa existir pais que se importem mais em seguir orientações politicas do que as bases da ciência e as conclusões de pessoas que são qualificadas para a tomada de decisões na saúde”, disse.