Um ano após aplicação da primeira dose de vacina contra covid-19, o Brasil possui 68% da população com as duas doses, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Porém, esse número cai para 15% entre aqueles que receberam a dose de reforço.
Leia Mais:
Já a parcela da população que recebeu ao menos a primeira dose é de 75%.
A campanha, coordenada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), espera atingir patamares maiores com o início da vacinação entre crianças de 5 a 11 anos.
A primeira pessoa a receber a vacina contra a covid 19, em 17 de janeiro de 2021, foi a enfermeira Mônica Calazans, em São Paulo.
A profissional de saúde recebeu a vacina CoronaVac, produzida no Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac.
Desde então, três em cada quatro brasileiros receberam ao menos a primeira aplicação de um dos quatro imunizantes adquiridos pelo PNI: AstraZeneca, CoronaVac, Janssen e Pfizer.
Para os pesquisadores da Fiocruz e da Sociedade Brasileira de Imunizações, a vacinação é a grande responsável pela queda drástica na mortalidade e nas internações causadas pela pandemia, mesmo diante de mutações mais transmissíveis do coronavírus, como a Delta e a Ômicron.
No início do ano passado, quando o Brasil aplicou a primeira vacina, a média móvel de vítimas da doença passava de 900 por dia, e 23 estados tinham mais de 60% dos leitos de pacientes graves da doença ocupados no Sistema Único de Saúde (SUS).
Até junho somente um quarto dos brasileiros havia recebido ao menos a primeira dose.
Nessa fase, o país viveu o período mais letal da pandemia, quando a variante Gama (P.1) lotou centros de terapia intensiva e chegou a provocar picos de mais de 3 mil vítimas por dia.
Nos grupos já vacinados, porém, as mortes começaram a cair conforme os esquemas vacinais eram completos.
Os idosos imunizados passaram a representar um percentual menor das vítimas.
“As vacinas se mostraram eficazes contra formas graves e mortes mesmo nesse contexto de variantes. Neste momento, com a Ômicron, a explosão do número de casos não foi acompanhada nem pelos casos de internação nem pela mortalidade. E isso se deve à vacinação. As vacinas cumpriram o papel principal e mais importante: salvar vidas”, afirma Mônica Levi, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações.
O pesquisador da Fiocruz Bahia, o epidemiologista Maurício Barreto alerta para o risco da forma mais grave da doença entre os não vacinados.
“Esse pico que estamos começando da Ômicron vai crescer nas próximas semanas e pode atingir número grande de pessoas. Pode haver casos severos entre os vacinados, porque a efetividade da vacina não é de 100%, mas será em uma proporção muito maior entre os não vacinados. Havendo número razoável de não vacinados, isso pode gerar enorme quantidade de casos severos. A Ômicron está expondo a fragilidade dos não vacinados”, conclui o pesquisador.