A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sofreu uma derrota política na eleição interna da Rede Sustentabilidade. O sexto congresso nacional do partido, realizado em Brasília, elegeu Paulo Lamac como novo porta-voz com ampla maioria dos votos.
Lamac, secretário de Relações Institucionais de Belo Horizonte, venceu com 73,5% dos votos. A chapa “Rede pela Base”, apoiada por Heloísa Helena, atual presidente do partido, obteve 216 votos. Já a chapa “Rede Vive”, apoiada por Marina, teve apenas 78 votos (26,5%).
Leia Mais:
Disputa interna expõe racha na Rede Sustentabilidade
A eleição foi marcada por tensões e judicialização. A ala de Marina tentou suspender o congresso com uma liminar, alegando irregularidades na escolha dos delegados. No entanto, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal derrubou a decisão horas antes do evento.
Após o resultado, Marina adotou um discurso conciliador. “A Rede é um ecossistema. Tem lugar para todo mundo”, afirmou. Já Heloísa Helena declarou: “A tarefa agora é tentar unir o partido e seguir em frente”.
Derrota de Marina reflete divergências sobre rumo do partido
O resultado evidencia o racha interno que se intensificou desde 2022. As divergências envolvem o alinhamento da Rede ao governo federal, do qual Marina faz parte como ministra do Meio Ambiente.
Desde sua fundação em 2013, a Rede Sustentabilidade tem enfrentado dificuldades para consolidar sua identidade política. A legenda perdeu representação no Congresso e enfrenta questionamentos sobre sua relevância no cenário nacional.
Impactos para o governo e para o Amazonas
A derrota de Marina enfraquece sua influência dentro do partido. Isso pode afetar sua capacidade de articulação política no governo federal. Também pode gerar reflexos em estados como o Amazonas, onde questões ambientais são centrais.
Marina tem papel estratégico na agenda ambiental da Amazônia. Com o partido dividido, sua base de apoio político pode se fragilizar, dificultando o avanço de pautas ambientais no Congresso e em governos locais.
Próximos passos e cenário político
O novo comando da Rede deve buscar maior autonomia em relação ao governo. A eleição de Lamac sinaliza uma possível reconfiguração da legenda para as eleições municipais de 2024.
No Amazonas, onde o partido tem presença discreta, o reposicionamento pode abrir espaço para novas alianças. A Rede deverá definir se manterá apoio ao governo Lula ou buscará maior independência programática.