Doze coronéis da reserva, ligados a Amazonino Mendes, querem montar um “motim” para suspender benefícios dados à Polícia Militar do Amazonas (PM-AM).
A denúncia foi feita neste domingo (05) pelo site O PODER.
Todos são oficiais aposentados que não foram contemplados com os benefícios anunciados em outubro pelo Governo do Amazonas.
Insatisfeitos, eles estariam dispostos a entrar na Justiça para impedir que o pagamento seja feito para os quase 10 mil policiais e bombeiros militares da ativa.
Segundo a denúncia, o motim seria uma forma de pressionar o comando da PM-AM e o Governo do Amazonas para concederem os benefícios também aos que estão na reserva.
“Até que o grupo de oficiais aposentados seja também contemplado, eles estão dispostos a prejudicar as quase 10 mil famílias de PMs e bombeiros em atividade”, revelou a fonte ao site.

Benefícios não alcançam coronéis da reserva
Em outubro, o governador Wilson Lima (PSC) anunciou o pagamento da data-base de 2020 no percentual de 3,30%.
O benefício será pago para 10 mil policiais e bombeiros militares já em janeiro de 2022.
Como o pagamento será somente para os policiais da ativa, os coronéis aposentados ficaram de fora. Isso teria gerado a revolta do grupo.
Na última sexta-feira (3), Wilson Lima encaminhou outras duas mensagens para aprovação da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam). Essas matérias vão garantir o aumento no salário dos PMs.
A primeira aumenta o valor da hora extra. Hoje, o policial recebe, em média, R$ 800 por mês de extra. Com a mudança, poderá chegar a ganhos em torno de R$ 1,9 mil, mais que o dobro do que recebe atualmente.
A segunda mensagem cria a gratificação de curso para policiais militares e bombeiros do Estado. O valor vai variar entre 25% a 35% do salário do policial, conforme a titulação.

Politicagem
Ainda de acordo com o site, a revolta possui um contexto político ligado as Eleições de 2022.
O protesto estaria ligado aos coronéis Walter Cruz e Amadeu Soares. Dois oficiais da reserva diretamente ligados ao ex-governador e atual pré-candidato ao governo do Amazonas, Amazonino Mendes (sem partido).
Ambos ocuparam cargos de confiança em governos de Amazonino.
“Você via claramente que eles veem nisso uma possibilidade de atrapalhar o atual governo. Se a tropa não receber o aumento em janeiro, o Wilson (Lima) fica mal com a gente e é ganho político para eles”, explicou a fonte.