O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), liderado por Nicolás Maduro, venceu com ampla margem as eleições legislativas e estaduais realizadas no domingo (25). O partido conquistou 82% das cadeiras parlamentares e 23 dos 24 governos estaduais, consolidando o controle do chavismo sobre os principais poderes políticos do país.
O resultado fortalece o plano do governo de aprovar uma nova reforma constitucional em 2026. A proposta deve ser submetida à população por meio de referendo, com apoio da maioria parlamentar e futura Assembleia Constituinte.
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Chavismo domina o Legislativo e governos estaduais
Entre os eleitos pelo PSUV estão figuras centrais do regime. Jorge Rodríguez, atual presidente da Assembleia Nacional, foi reconduzido. A primeira-dama Cilia Flores e o ex-vice-presidente Jorge Arreaza também garantiram assentos.
Na oposição, Henrique Capriles, ex-governador de Miranda, foi um dos poucos nomes de destaque eleitos. A oposição alcançou apenas 14% das cadeiras no parlamento.
Oposição mantém apenas um estado
Dos quatro estados que controlava, a oposição manteve apenas Cojedes. Lá, José Alberto Galíndez Cordero foi reeleito. O chavismo retomou Barinas, com Adán Chávez, irmão de Hugo Chávez, e Nueva Esparta, com Marisel Velásquez.
Em Zulia, tradicional reduto opositor, o PSUV venceu Manuel Rosales, ex-candidato presidencial. A vitória surpreendeu analistas e consolidou o domínio chavista nas regiões mais populosas.
Impacto regional e reflexos no Brasil
O Amazonas, que faz fronteira com a Venezuela, acompanha com atenção os desdobramentos. A instabilidade política tem impacto direto no fluxo migratório e na segurança da tríplice fronteira.
Segundo dados da ACNUR, mais de 500 mil venezuelanos entraram no Brasil desde 2017. Boa parte passou por Roraima e Amazonas, pressionando os serviços públicos locais.
Contexto político e relações bilaterais
O governo brasileiro mantém relações diplomáticas com Caracas, apesar das críticas internacionais ao regime de Maduro. Em 2023, o presidente Lula defendeu o diálogo regional, destacando a importância da integração sul-americana.
Especialistas alertam que a concentração de poder dificulta a alternância democrática. A situação venezuelana continua sendo monitorada por organismos internacionais e governos vizinhos.
Para o Amazonas e o Brasil, a estabilidade na Venezuela é estratégica. Questões como migração, comércio e segurança de fronteira seguem como prioridades na agenda bilateral.