O PP e o União Brasil oficializam nesta terça-feira (29) a criação da federação partidária União Progressistas. A aliança deve formar a maior força política do Congresso Nacional, com impacto direto nas eleições de 2026 e na correlação de forças entre Legislativo e Executivo.
Ambos os partidos têm origem na Arena, sigla que deu sustentação à ditadura militar (1964–1985), e no PDS, seu sucessor. A federação marca um reagrupamento da direita institucional no Brasil, segundo especialistas em ciência política.
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Federação União Progressistas fortalece o Congresso
A movimentação ocorre em meio ao fortalecimento do Congresso, impulsionado pelo controle de emendas parlamentares. A federação amplia o poder de barganha de PP e União Brasil, com foco em influenciar pautas econômicas e orçamentárias.
Segundo dados da Câmara dos Deputados, os dois partidos somam mais de 100 parlamentares. A nova estrutura facilitará a formação de blocos e o acesso a cargos estratégicos nas comissões permanentes.
Impactos eleitorais e presidenciáveis para 2026
Com Jair Bolsonaro inelegível, nomes como Ronaldo Caiado (União-GO) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) ganham espaço como potenciais candidatos à Presidência. A federação poderá influenciar alianças e palanques regionais.
No Amazonas, o União Brasil tem presença consolidada com o senador Omar Aziz. Já o PP atua na base estadual e pode ampliar sua atuação com a federação.
Relação com o governo e posicionamento ideológico
Apesar de ocuparem cargos no governo Lula, os partidos mantêm alinhamento à direita. A federação tende a adotar postura independente, negociando caso a caso com o Planalto.
O movimento sinaliza uma reorganização do campo conservador, com foco em manter influência no Congresso e nas eleições municipais de 2024. A federação terá um estatuto comum e direção unificada.
Contexto histórico e institucional
A Arena, origem histórica da federação, foi criada em 1965 para sustentar o regime militar. Com o fim do bipartidarismo, transformou-se no PDS, que mais tarde deu origem ao PP e ao antigo PFL, hoje União Brasil.
O retorno simbólico a essa base evidencia a continuidade de estruturas políticas no país. A federação representa um novo capítulo na reorganização partidária brasileira.