Ver resumo
- Alex Soros afirma que Trump ameaça a soberania do Brasil.
- Segundo ele, ofensiva americana fortalece Lula politicamente.
- PT acusa Trump e direita brasileira de interferência eleitoral.
- Big techs são alvo de pressão dos EUA, diz Soros.
Donald Trump representa uma ameaça ativa à soberania de países como o Brasil, segundo Alex Soros, presidente do conselho da Open Society Foundations. Em entrevista à Folha de S.Paulo, publicada nesta segunda-feira (25), Soros afirmou que a interferência de Trump tem surtido efeito contrário e reforçado a imagem do presidente Lula.
“Ele está tornando Lula mais popular”, disse Soros, durante visita ao Brasil, onde se reuniu com ministros como Fernando Haddad, Marina Silva e Anielle Franco. Para ele, o comportamento do ex-presidente americano é parte de um modelo de interferência global que já fracassou em outros países.
Trump e a tentativa de desestabilização
De acordo com Soros, há uma ofensiva dos EUA contra o governo Lula, envolvendo tarifas, sanções e pressões sobre decisões do Supremo Tribunal Federal, especialmente em temas ligados à regulação das big techs. Ele afirma que essas ações configuram uma tentativa de “mudança de regime”.
O Partido dos Trabalhadores (PT) também acusa Trump de ameaçar a soberania brasileira, com supostos vínculos com a direita nacional e intenções eleitorais para 2026. “O que Trump e seus aliados da direita brasileira pretendem, e não terão êxito, é derrotar Lula nas eleições de 2026”, afirma o partido.
Bolsonarismo se afasta de Trump e se aproxima de Milei
Com o desgaste da imagem de Trump no Brasil, governadores de direita têm priorizado elogios ao presidente argentino Javier Milei, cuja agenda de corte de gastos atrai apoio entre conservadores brasileiros. A tentativa de colar a imagem de Trump à de Milei marca uma mudança estratégica no discurso da direita.
Big techs e pressão internacional
Um dos focos da crítica de Soros é a atuação de Trump em defesa das grandes empresas de tecnologia. Ele cita o caso do Canadá, onde Trump teria ameaçado romper acordos comerciais caso o país não suspendesse o imposto digital.
“No Brasil, os EUA fazem pressão contra a decisão do Supremo que muda o regime de responsabilidade das big techs. Isso é interferência externa. E o pior é que são monopólios.”
Para Soros, será necessário um novo ciclo de regulação inspirado nas políticas antitruste do início do século 20. “Vamos precisar de um momento rooseveltiano de antitruste para que o sistema se mantenha justo”, concluiu.
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