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- Donald Trump pressiona mídia tradicional, diz The Economist.
- Fusão da Paramount avançou após acordo com governo.
- Consumo de notícias migra para plataformas digitais.
- Palavra-chave “Trump” aparece em ações contra jornalistas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem intensificado a pressão sobre a mídia tradicional em meio a mudanças estruturais no setor de comunicação, segundo editorial da revista britânica The Economist, publicado nesta quinta-feira (25.fev.2025).
De acordo com a publicação, a consolidação de conglomerados midiáticos abriu espaço para que Trump utilize órgãos reguladores como instrumentos de influência. Um exemplo citado é a defesa de Trump pela retirada de licenças de emissoras que, segundo ele, divulgam conteúdos negativos sobre sua gestão.
Casos de influência e concessões editoriais
O editorial menciona que o presidente republicano reagiu após o chefe da FCC — indicado por ele — ameaçar investigar o apresentador Jimmy Kimmel por comentários sobre Charlie Kirk, ativista pró-Trump assassinado em setembro. O programa foi suspenso pela Disney, mas depois retomado.
Outro caso citado envolve a fusão entre Paramount e Skydance, que só avançou após o pagamento de US$ 16 milhões para encerrar uma queixa de Trump sobre viés editorial em programa da CBS.
Interesses regulatórios e impacto político
Segundo a Economist, empresas como Amazon e Apple também têm interesses regulatórios que podem ser afetados por decisões do governo. Isso amplia o poder de barganha do presidente com grupos que controlam canais de informação.
No entanto, a digitalização do consumo de notícias limita esse alcance. Plataformas como YouTube e TikTok operam fora do escopo direto de agências federais, dificultando o controle de conteúdo.
Confiança na imprensa e ambiente político
Pesquisas do Pew Research Center apontam queda na confiança da população na imprensa. Em 2016, 76% dos norte-americanos confiavam em veículos nacionais. Em 2025, o índice caiu para 67%, e entre republicanos conservadores, está abaixo de 50%.
Para a revista, esse cenário favorece Trump, pois reduz a resistência da opinião pública às suas ações contra jornalistas e aumenta o impacto de suas disputas judiciais com a mídia.
Comparações internacionais e resistência digital
A publicação comparou a estratégia de Trump à de líderes como Viktor Orban, da Hungria, e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, que usaram pressão política e econômica para enfraquecer veículos críticos.
“A diferença é que a mídia dos EUA é mais fragmentada e, no ambiente digital, tende a ser mais resistente ao controle centralizado”, conclui a Economist.
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