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- Haddad diz que tensão comercial Brasil-EUA é artificial.
- Tarifa de 50% dos EUA entra em vigor em 1º de agosto.
- Governo brasileiro mantém diálogo com autoridades americanas.
- Negociações seguem para evitar impacto nas exportações.
A tensão comercial Brasil-EUA, gerada após o anúncio de tarifas sobre produtos brasileiros, é artificial e tende a se dissipar, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A declaração foi dada nesta quarta-feira (30), em Brasília, durante conversa com jornalistas.
Haddad afirmou que as tratativas com autoridades norte-americanas estão em andamento e que o Brasil mantém disposição para o diálogo. A medida dos EUA, anunciada para entrar em vigor em 1º de agosto, impõe tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras.
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Segundo Haddad, a tensão foi alimentada internamente por atores políticos. “Se depender do Brasil, essa tensão desaparece, porque é artificial”, declarou. Ele criticou ações de brasileiros no exterior que, segundo ele, contribuem para o agravamento do cenário.
O ministro mencionou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que, em março, viajou aos Estados Unidos e teria articulado com membros do governo norte-americano contra instituições brasileiras. Eduardo é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por possível envolvimento em tentativa de golpe.
Como o governo brasileiro está reagindo?
O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, está à frente das negociações com os EUA. Ele mantém diálogo com o secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick.
Haddad informou que pode acompanhar Alckmin em uma viagem aos Estados Unidos, caso uma agenda formal seja definida. “Já estive na Califórnia com o secretário do Tesouro, Scott Bessent. Há possibilidade de nova conversa”, disse.
Três pontos de tensão nas negociações
- Imposição da tarifa de 50% a partir de 1º de agosto
- Falta de resposta oficial dos EUA às propostas brasileiras
- Interferência política de brasileiros no exterior
O governo brasileiro aguarda confirmação oficial sobre quais produtos serão afetados. Para Haddad, a racionalidade deve prevalecer. “Vamos chegar a um denominador comum”, concluiu.