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- Senado dos EUA propõe tarifas de até 500% contra países que importam energia da Rússia, incluindo o Brasil.
- Brasil comprou US$ 5,4 bilhões em diesel russo em 2024, sendo um dos principais importadores do combustível.
- A medida visa cortar recursos que financiam a guerra na Ucrânia e pode afetar a política energética brasileira.
- Tarifas dos EUA contra petróleo do Brasil podem impactar regiões como o Amazonas e elevar custos logísticos.
Um projeto de lei bipartidário nos Estados Unidos, com apoio de 85 dos 100 senadores, pode impor tarifas de até 500% sobre países que compram petróleo, gás ou urânio da Rússia. O Brasil, que importou US$ 5,4 bilhões em diesel russo em 2024, pode ser diretamente afetado. A medida visa pressionar economicamente aliados comerciais de Moscou e enfraquecer o financiamento da guerra na Ucrânia.
O senador republicano Lindsey Graham, um dos autores do projeto, citou nominalmente o Brasil como alvo potencial das sanções. Ele classificou a medida como uma “marreta” para forçar o presidente russo Vladimir Putin a negociar.
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Brasil pode enfrentar tarifas recordes por comércio com a Rússia
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Brasil registrou um recorde na balança comercial com a Rússia em 2024. O diesel russo representou um dos principais produtos importados, tornando o país um dos maiores compradores do combustível.
O projeto de lei norte-americano prevê sanções comerciais severas, com tarifas que podem chegar a 500% sobre produtos de países que mantêm relações energéticas com Moscou. A proposta ainda será votada no Congresso, mas o amplo apoio bipartidário indica alta probabilidade de aprovação.
Quais países estão na mira dos EUA?
Além do Brasil, a medida também mira China e Índia, principais consumidores de petróleo e gás russos. A intenção é cortar o fluxo de recursos que, segundo os senadores, financia diretamente os ataques russos na Ucrânia.
“China, Índia e Brasil, vocês estão prestes a se prejudicarem muito se continuarem ajudando Putin”, afirmou Graham à CBS News.
Os EUA também estudam, com apoio europeu, desbloquear ativos russos congelados — cerca de US$ 5 bilhões — para financiar a reconstrução da Ucrânia. A medida seria inédita, já que nunca um presidente norte-americano confiscou ativos de um banco central estrangeiro sem estado de guerra formal.
Zelensky pede mais apoio e agradece a Trump
Em Kiev, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky se reuniu com o enviado especial dos EUA, Keith Kellogg. O encontro tratou de sanções contra a Rússia e da ampliação do sistema de defesa aérea ucraniano, em parceria com a União Europeia.
“Esperamos a liderança dos EUA, pois é evidente que Moscou não se deterá a menos que suas ambições irracionais sejam contidas pela força”, escreveu Zelensky nas redes sociais.
O presidente também agradeceu a Donald Trump pelo envio de mísseis Patriot. O ex-presidente americano afirmou que a medida é essencial para conter os ataques noturnos de Putin. Segundo ele, os EUA serão reembolsados pela UE após o envio.
Impacto político e econômico para o Brasil
Se aprovado, o projeto pode afetar diretamente a política energética brasileira. O Amazonas, por exemplo, depende da importação de combustíveis fósseis para abastecimento em áreas isoladas. O aumento de tarifas pode elevar custos logísticos e impactar a inflação regional.
Especialistas em comércio internacional alertam que o Brasil terá de reavaliar sua posição diplomática e comercial. O governo federal ainda não se manifestou oficialmente sobre o projeto americano.
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