Tarifas dos EUA: Alckmin tenta acordo para evitar perdas

Vice-presidente reforça diálogo diplomático para reverter tarifaço e proteger exportações brasileiras.

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  • Geraldo Alckmin falou com o secretário dos EUA em 19 de julho para discutir tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros.
  • A medida americana, anunciada por Trump, entra em vigor em 1º de agosto e afeta exportações brasileiras.
  • O setor de armas é um dos mais prejudicados, com forte dependência do mercado dos EUA.
  • Brasil avalia medidas de reciprocidade, mas prioriza negociação para evitar impactos no comércio exterior.

Geraldo Alckmin discutiu tarifas dos EUA com secretário Howard Lutnick, buscando solução negociada para evitar prejuízos ao Brasil. Medida entra em vigor em 1º de agosto.

O vice-presidente Geraldo Alckmin conversou por telefone com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, no último sábado (19), sobre o novo pacote tarifário imposto a produtos brasileiros. A ligação durou cerca de 50 minutos e, segundo Alckmin, foi “proveitosa”.

A medida dos EUA, anunciada há duas semanas pelo presidente Donald Trump, prevê aumento de tarifas de importação e deve entrar em vigor no dia 1º de agosto. O governo brasileiro tenta reverter a decisão por meio do diálogo diplomático.

Governo busca solução negociada com os EUA

Alckmin afirmou que a conversa com Lutnick foi importante para apresentar os argumentos brasileiros. “Colocamos todos os pontos e destacamos o interesse do Brasil na negociação”, disse. Ele reforçou que a orientação do presidente Lula é evitar contaminação política e buscar soluções comerciais.

“Ao invés de ter um perde e perde com inflação nos Estados Unidos e diminuição das nossas exportações, queremos resolver os problemas, aumentar a integração produtiva e os investimentos recíprocos”, afirmou o vice-presidente.

Como o Brasil está reagindo ao tarifaço?

Alckmin coordena o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, criado para lidar com a medida. Desde a semana passada, ele tem se reunido com setores impactados, como a indústria e o agronegócio.

Nesta quinta-feira (24), o vice-presidente se encontrou com representantes da Fiemg, da Taurus Armas e da ANIAM, além do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV). O setor de armas é um dos mais afetados, já que exporta fortemente para o mercado americano.

Três pontos de tensão nas relações comerciais

1. Aumento de tarifas unilaterais pelos EUA, sem consulta prévia.

2. Justificativa política de Trump, que menciona o ex-presidente Jair Bolsonaro.

3. Possível adoção de medidas de reciprocidade pelo Brasil.

O que diz a posição oficial do Brasil?

Durante reunião na Organização Mundial do Comércio (OMC), o governo brasileiro criticou o uso de sanções comerciais para pressionar politicamente outros países. Segundo o Itamaraty, a medida fere princípios do comércio internacional.

Em carta enviada a Lula em 9 de julho, Trump pediu anistia a Bolsonaro e relacionou isso à decisão tarifária. O governo brasileiro, no entanto, tem evitado politizar a questão.

Brasil pode retaliar tarifas dos EUA?

O presidente Lula já afirmou que o Brasil adotará medidas de reciprocidade se as tarifas forem mantidas. No entanto, nenhuma decisão concreta foi anunciada até o momento. A expectativa é que qualquer resposta ocorra após 1º de agosto.

Alckmin reforçou que o governo está aberto ao diálogo, mas preparado para agir. “São conversas institucionais, devem ser reservadas, mas tivemos sim um contato e essa é a disposição do governo brasileiro”, concluiu.

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