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- No dia 6 de agosto de 2025, Lula rejeitou contatar Trump em plena crise tarifária EUA‑Brasil.
- O Brasil enfrenta tarifas de 50 % sobre exportações e acionou a OMC formalmente.
- Lula planeja debater tarifação via BRICS com Índia, China e demais membros.
O presidente Lula declarou nesta quarta-feira, 6 de agosto de 2025, que não telefonará para o ex‑presidente Donald Trump, alegando que fazê-lo seria uma “humilhação” e que não enxerga disposição para diálogo. A declaração foi dada em entrevista à agência Reuters.
A decisão ocorre após os EUA impor tarifas de 50 % sobre produtos brasileiros, consideradas as mais altas entre os países afetados, que entrou em vigor nesta quarta.
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Resposta do Brasil e medidas oficiais
O Brasil acionou formalmente a Organização Mundial do Comércio (OMC), solicitando consultas bilaterais com os EUA como primeiro passo antes de possível painel arbitral.
O governo argumenta que os EUA violaram o compromisso de nação mais favorecida e tetos tarifários acordados na OMC.
Debate no âmbito do BRICS
Lula anunciou a intenção de promover um debate com os países do BRICS — liderado por Brasil, Índia, China, Rússia e demais membros — para coordenar uma resposta comum às tarifas americanas.
Ele informou que deve ligar para o primeiro‑ministro Narendra Modi na quinta-feira, seguido por ligações ao presidente Xi Jinping e outros líderes do bloco.
Contexto da crise diplomática
O conflito entre Brasil e EUA se intensificou desde abril de 2025, com tarifas escalonadas e acusações de interferência política. Trump associou sanções ao processo judicial contra o ex‑presidente Jair Bolsonaro.
Lula classificou o posicionamento dos EUA como prejudicial à soberania brasileira e reafirmou que o Brasil não pretende retaliar com tarifas próprias, evitando escaladas comerciais.
Implicações econômicas
Segundo o MDIC, cerca de 35,9 % das exportações brasileiras para os EUA serão impactadas, incluindo café, carne, veículos, fertilizantes e bens energéticos.
Apesar das pressões, Lula afirmou confiar na resiliência da economia brasileira e planeja fortalecer políticas domésticas e fiscais.
A liderança brasileira agora espera que o BRICS atue como plataforma para defender um multilateralismo reforçado e reduzir dependência unilateral de decisões externas.