Ver resumo
- Lula reagiu ao tarifaço dos EUA contra o Brasil neste domingo.
- Presidente defende moeda alternativa ao dólar no comércio global.
- Brasil mantém canal diplomático aberto com os Estados Unidos.
- Tarifaço dos EUA contra o Brasil pode ter motivação política e econômica.
O tarifaço dos EUA contra o Brasil, anunciado na última semana, levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se posicionar neste domingo (3), durante convenção do PT em Brasília. Lula criticou a medida imposta pelo governo de Donald Trump, que atinge cerca de 36% das exportações brasileiras, e defendeu a criação de uma moeda alternativa ao dólar para o comércio internacional.
Brasil quer negociar, mas exige respeito
Segundo Lula, o Brasil não pretende romper com os Estados Unidos, mas também não aceitará ser tratado como uma “republiqueta”. “Nós queremos ser respeitados pelo nosso tamanho”, afirmou. O presidente destacou que o país tem interesses estratégicos e econômicos que precisam ser defendidos.
Leia Mais:
Apesar das críticas, Lula reforçou que o Brasil segue aberto ao diálogo. “Quando quiser negociar, as propostas estão na mesa”, disse, citando ações já apresentadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo chanceler Mauro Vieira.
Por que o tarifaço foi imposto?
Embora o governo norte-americano não tenha declarado oficialmente os motivos, analistas apontam que o avanço das discussões no Brics sobre uma moeda alternativa ao dólar pode ter motivado a medida. Durante a cúpula do bloco no Rio de Janeiro, Trump criticou a proposta e prometeu retaliar países que abandonem o dólar em suas transações.
“Eu não vou abrir mão de achar que a gente precisa procurar construir uma moeda alternativa para que a gente possa negociar com os outros países”, declarou Lula.
Impactos e próximos passos
O governo brasileiro anunciou que irá proteger empresas e trabalhadores afetados pelas tarifas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adiantou que um pacote com linhas de crédito será divulgado nos próximos dias. A Secretaria do Tesouro dos EUA já iniciou conversas com o Ministério da Fazenda para buscar uma solução diplomática.
Além disso, Lula destacou que o Brasil hoje possui uma relação comercial mais diversificada, o que reduz a dependência dos Estados Unidos. “Estamos muito mais tranquilos do ponto de vista econômico”, disse.
Leia também
AGU quer apuração de movimentações financeiras no câmbio
Brasil não sairá da mesa de negociação com EUA, diz Haddad
Informação privilegiada: AGU aciona PF e CVM por dólar antes de tarifa de Trump