Tarifaço dos EUA: Brasil tenta acordo antes de agosto

Governo intensifica diálogo com setores produtivos e aposta na diplomacia para proteger exportações e empregos.

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  • Governo brasileiro, liderado por Alckmin, tenta negociar com os EUA até 1º de agosto para evitar o tarifaço.
  • Exportações para os EUA cresceram 4,37% no primeiro semestre, mas importações subiram 11,48%.
  • Setores como aço, alumínio e carne bovina temem perdas e pedem adiamento das tarifas.
  • Alckmin vê chance de ampliar acordos comerciais e diversificar mercados após o tarifaço.

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta terça-feira (15), em Brasília, que o governo federal buscará um acordo com os Estados Unidos antes do início da vigência das novas tarifas de importação, previstas para 1º de agosto. O aumento das alíquotas para até 50% atinge produtos brasileiros estratégicos, como aço, alumínio e carne bovina.

Alckmin conduziu duas reuniões com representantes da indústria e do agronegócio, que relataram perdas já em curso e pediram que o Brasil evite retaliações comerciais. A mobilização ocorre em meio à tentativa de preservar empregos e exportações em setores com forte presença no Amazonas e em outros estados.

Governo quer evitar tarifaço com negociação direta

Durante os encontros, o vice-presidente levou uma mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacando o empenho diplomático para reverter a medida norte-americana. Segundo Alckmin, o foco é alcançar uma solução bilateral antes do prazo final.

“O que vimos foi um alinhamento em torno da negociação. O setor produtivo está comprometido em dialogar com seus parceiros nos EUA para buscar uma saída”, afirmou Alckmin.

Ele destacou que, no primeiro semestre de 2024, as exportações brasileiras para os EUA cresceram 4,37%, enquanto as importações aumentaram 11,48%. O vice-presidente alertou que o desequilíbrio pode gerar impacto negativo também na economia americana.

Setores mais afetados e impacto no Amazonas

Os setores de aviação, aço, alumínio, máquinas, têxteis, calçados e papel e celulose foram os mais citados nas reuniões. No Amazonas, a Zona Franca de Manaus depende da competitividade desses segmentos, especialmente no polo de duas rodas e eletroeletrônicos.

Empresários locais temem que o tarifaço comprometa cadeias produtivas e afete a geração de empregos. A Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) acompanha as negociações com preocupação.

Agropecuária busca manter exportações de carne

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também participou da reunião com o setor agropecuário. Ele ressaltou que o governo abriu 393 novos mercados desde o início da gestão Lula, mas reconheceu a importância de manter as vendas para os EUA.

“Até o anúncio do tarifaço, a expectativa era dobrar as exportações de carne bovina para os EUA neste ano. O diálogo está aberto, com respeito e altivez”, disse Fávaro.

Associações do setor sugeriram que o Brasil solicite o adiamento da entrada em vigor das novas tarifas, dando mais tempo para negociações diplomáticas.

Quais os próximos passos do governo?

  • Reforçar articulação com entidades empresariais nos EUA
  • Buscar apoio no Congresso americano
  • Evitar medidas unilaterais de retaliação
  • Ampliar acordos comerciais com outros países

Segundo Alckmin, o episódio pode abrir espaço para novas parcerias comerciais e acelerar a diversificação dos mercados de exportação brasileiros.

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