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- Centrão e empresários não acreditam que Tarcísio de Freitas desistiu de ser candidato à Presidência em 2026.
- Movimentos do governador pressionam Bolsonaro a enquadrar Eduardo Bolsonaro, apontado como principal obstáculo à candidatura.
- Bloco quer oficialização antecipada para evitar repetir erro de 2018, quando Lula inviabilizou campanha de Haddad.
Apesar da versão oficial, ninguém com poder real no Centrão ou entre empresários próximos a Tarcísio de Freitas (Republicanos) acredita que o governador tenha desistido de ser candidato à Presidência em 2026. Nos bastidores, a leitura unânime é que os últimos movimentos do paulista funcionam como pressão direta a Jair Bolsonaro (PL) em duas frentes estratégicas.
A primeira é que o ex-presidente enquadre seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), líder da ala radical do bolsonarismo. A segunda é antecipar o timing da indicação oficial de Tarcísio para já, e não no ritmo de Bolsonaro.
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Eduardo Bolsonaro é o principal obstáculo
Para líderes do Centrão, o maior entrave à candidatura de Tarcísio não é o ex-presidente. É Eduardo Bolsonaro, que comanda a ala mais radical e ataca frequentemente o governador. “O Bolsonaro que é problema para Tarcísio não é Jair, é Eduardo”, resume um cacique do bloco.
Tarcísio é pressionado por essa ala a adotar posturas mais radicais. Ele, no entanto, não está disposto a ceder. Por isso, o Centrão cobra de Bolsonaro que controle o filho e seus apoiadores radicais, garantindo que Tarcísio tenha apoio formal sem sofrer fogo amigo.
Centrão quer evitar repetir erro de Haddad em 2018
O segundo ponto de pressão é sobre o cronograma. O grupo quer que Tarcísio seja oficializado como candidato agora, e não no tempo político de Bolsonaro. O objetivo é evitar reeditar o que aconteceu em 2018, quando Lula esticou demais sua própria candidatura, inviabilizando-a e não dando tempo para que Fernando Haddad (PT) construísse a sua.
A avaliação é que a demora prejudicou a campanha petista. Agora, o Centrão quer controlar o timing para que Tarcísio tenha espaço político e tempo para consolidar sua candidatura, sem depender de movimentos tardios do ex-presidente.
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