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- Tagliaferro depôs no Senado no dia do julgamento de Bolsonaro.
- Ex-assessor do TSE acusou Moraes de abusos e parcialidade.
- Bolsonaristas usaram sessão para contestar STF e impulsionar CPI.
- A palavra-chave “Tagliaferro” foi destaque nas redes sociais.
No mesmo dia em que o STF iniciou o julgamento de Jair Bolsonaro e outros réus por tentativa de golpe, aliados do ex-presidente promoveram uma sessão no Senado com o ex-assessor do TSE Eduardo Tagliaferro, que fez acusações contra o ministro Alexandre de Moraes.
Convocado por Flávio Bolsonaro, presidente da Comissão de Segurança Pública, Tagliaferro participou por videoconferência e afirmou que a assessoria do TSE tinha “poder de polícia” e que Moraes ordenou ações diretas da Polícia Federal e produção de relatórios sobre investigados.
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Tagliaferro e a ofensiva bolsonarista contra o STF
Durante a audiência, senadores da oposição alegaram que o julgamento do STF estaria contaminado. Damares Alves sugeriu interromper o processo, acusando o ministro de violações de direitos humanos. Já Esperidião Amin afirmou ter apoio para instalar uma CPI sobre as provas produzidas pelo STF.
Nas redes sociais, bolsonaristas impulsionaram o nome de Tagliaferro, transformando-o em símbolo de supostas arbitrariedades. Flávio Bolsonaro disse que as denúncias são “gravíssimas” e que revelam perseguição a seu pai.
Quem é Eduardo Tagliaferro
Tagliaferro chefiou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE durante a presidência de Moraes. Em 2024, foi acusado de vazar informações internas, no caso apelidado de “Vaza Toga”. Reportagem da Folha de S.Paulo revelou mensagens entre ele e servidores do STF e TSE, apontando pedidos informais de relatórios sobre investigados.
Segundo Moraes, como presidente do TSE, ele tinha autoridade legal para solicitar os documentos. “Seria esquizofrênico me auto-oficiar”, disse o ministro, reforçando que todos os atos foram documentados e acompanhados pela Procuradoria-Geral da República.
Denúncias e fuga para a Itália
Após o início das investigações, Tagliaferro foi exonerado e deixou o Brasil rumo à Itália. Ele também responde por violência doméstica e foi denunciado pela PGR por violação de sigilo funcional, obstrução da justiça e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
O procurador-geral Paulo Gonet afirma que Tagliaferro atuou para atender interesses de uma organização criminosa que disseminava desinformação e tentou minar o sistema eleitoral. As penas somadas podem chegar a 22 anos de prisão.
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