A suspensão do concurso da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) pode causar mais prejuízos que benefícios.
Nesta quarta-feira (02), faltando 52 horas para as provas, o conselheiro do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), Ari Moutinho Júnior, decidiu suspender o certame numa decisão monocrática.
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Segundo o conselheiro, existem irregularidades no edital.
Entre as irregularidades apontadas estão:
• falta de disponibilização de postos de inscrição com acesso à internet
• falta de indicação da bibliografia usada para formulação das provas
• não apresentação de um cronograma com as fases do concurso
• número de vagas para futuros oficiais maiores que do que as disponíveis
• remuneração para três cargos maiores do que os previstos em lei
• ausência de reserva de vagas para pessoas com deficiência
Contudo, apesar das coerências apontadas, os principais interessados na realização do certame poderão ser os mais prejudicados: a Administração Pública e os participantes do concurso.
Faltando tão pouco tempo para as provas, muitos candidatos residentes em outras cidades já se encontram em Manaus.
O cancelamento do concurso significa prejuízo financeiro para essas centenas de pessoas.
Além de provocar incerteza e instabilidade emocional para os concurceiros que estão se preparando há mais de um ano.
Tal decisão, que atinge diretamente 111 mil pessoas inscritas, poderia ter sido tomada há semanas.
Seria o tempo necessário para o apontamento e correção das irregularidades.
Contudo, o conselheiro atribuiu para si mesmo uma decisão que poderia ter sido dividida entre o colegiado.
Ainda nesta quarta-feira (02), os membros do TCE-AM estiveram reunidos para deliberação de outros temas.
Neste caso, a principal perda foi do interesse público.
Resta, agora, aos próprios candidatos arcar com os prejuízos financeiros e psicológicos.