STJ responsabiliza exchanges por fraudes com autenticação

Decisão reconhece responsabilidade objetiva das plataformas de criptoativos por falhas em transações digitais.

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  • O STJ decidiu responsabilizar plataformas de criptomoedas por fraudes, em julgamento ocorrido em Brasília, após falha de segurança.
  • O usuário perdeu 3,8 bitcoins e será indenizado com R$ 10 mil por danos morais, além do valor desviado.
  • O Superior Tribunal de Justiça aplicou a Súmula 479, equiparando exchanges a instituições financeiras quanto à responsabilidade civil.

A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que plataformas de criptomoedas podem ser responsabilizadas por fraudes em transações protegidas por senha e autenticação de dois fatores. A decisão reforça o entendimento de que essas empresas atuam de forma semelhante a instituições financeiras.

O caso envolveu um usuário que perdeu 3,8 bitcoins — cerca de R$ 200 mil à época — após realizar uma pequena transferência de 0,0014 bitcoins. A plataforma alegou que a fraude foi causada por um ataque ao computador do cliente, mas não apresentou provas.

STJ equipara plataformas de cripto a instituições financeiras

Para o STJ, as empresas que operam com criptoativos assumem riscos semelhantes aos dos bancos. Por isso, devem responder objetivamente por falhas de segurança. A decisão aplicou a Súmula 479 do STJ, que prevê a responsabilidade das instituições financeiras por fraudes cometidas por terceiros.

A relatora, ministra Isabel Galloti, destacou que a empresa não comprovou o envio do e-mail de autenticação da transação fraudulenta. Também não demonstrou que a fraude ocorreu por invasão externa ao sistema do cliente.

Impacto da decisão no setor financeiro digital

Com o crescimento das criptomoedas no Brasil, decisões como essa impactam diretamente o setor de tecnologia financeira. Segundo dados do Banco Central, o país já conta com mais de 3 milhões de usuários cadastrados em exchanges.

No Amazonas, onde o acesso digital cresce em regiões remotas, a decisão do STJ pode influenciar a atuação de plataformas que oferecem serviços financeiros via internet. O governo estadual tem promovido inclusão digital como parte da estratégia de desenvolvimento regional.

Segurança digital e responsabilidade das empresas

O STJ reforçou que a responsabilidade das plataformas não se limita à proteção contra invasões externas. Elas devem garantir a integridade das transações mesmo quando há suspeita de ação de terceiros.

O entendimento cria um precedente importante para usuários que enfrentam perdas em transações digitais. A decisão também pressiona o setor a investir mais em segurança e transparência.

Contexto jurídico e proteção ao consumidor

O Código de Defesa do Consumidor, aplicado ao caso, sustenta a responsabilidade objetiva das empresas por falhas na prestação de serviço. O STJ reconheceu que o cliente não teve culpa comprovada pela perda dos bitcoins.

O tribunal restaurou a decisão de primeira instância, que condenou a plataforma a ressarcir os valores e pagar R$ 10 mil por danos morais. A medida visa proteger os consumidores diante da crescente complexidade das operações digitais.

Com a decisão, o STJ sinaliza que o avanço das tecnologias financeiras deve ser acompanhado por responsabilidade jurídica proporcional ao risco envolvido.

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