STF responsabiliza redes sociais por conteúdo ilegal

Decisão do Supremo impõe obrigação de remoção após notificação, mesmo sem ordem judicial.

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  • O STF decidiu em Brasília, após seis sessões, que redes sociais podem ser responsabilizadas por conteúdo ilegal com notificação extrajudicial.
  • Ministros como Alexandre de Moraes e Carmen Lúcia defenderam a medida como resposta à evolução tecnológica e à proteção de direitos.
  • Com a decisão do Supremo Tribunal Federal, usuários do Amazonas ganham novo instrumento para denunciar abusos online sem acionar a Justiça.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 8 votos a 3, que redes sociais devem ser responsabilizadas por conteúdos ilegais publicados por seus usuários. A decisão foi tomada após seis sessões de julgamento e altera a interpretação do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014), especificamente o Artigo 19.

Antes da decisão, as plataformas só respondiam por conteúdos ilegais após ordem judicial. Agora, podem ser responsabilizadas civilmente com base em notificações extrajudiciais.

STF considera Artigo 19 inconstitucional

O STF considerou que o Artigo 19 não protege direitos fundamentais. A Corte entendeu que as plataformas devem remover conteúdos ilegais após notificação, mesmo sem decisão judicial.

Entre os conteúdos citados estão atos antidemocráticos, terrorismo, discurso de ódio e pornografia infantil. A decisão vale enquanto o Congresso não aprovar nova legislação sobre o tema.

Ministros divergem sobre liberdade de expressão

O ministro Nunes Marques votou contra a responsabilização direta das redes. Para ele, a liberdade de expressão é cláusula pétrea da Constituição e deve ser preservada.

Já Alexandre de Moraes afirmou que as plataformas impõem modelos de negócio agressivos e não podem operar como “terra sem lei”. Carmen Lúcia destacou a evolução tecnológica desde 2014.

Impacto no Amazonas e no Brasil

Com a decisão, usuários do Amazonas e de todo o país poderão acionar plataformas diretamente. Isso reduz a dependência do Judiciário para remoção de conteúdos ilegais.

Segundo dados do IBGE, o acesso à internet no Amazonas cresceu 7% entre 2021 e 2022. A medida pode ampliar a proteção de grupos vulneráveis no estado, como comunidades indígenas e ribeirinhas.

Casos julgados envolvem Facebook e Google

O STF analisou dois casos. Um deles envolve o Facebook, condenado por danos morais após perfil falso. O outro discute se o Google deve retirar conteúdos ofensivos sem ordem judicial.

Ambos os casos serviram de base para a nova tese jurídica, que orientará decisões futuras sobre o tema em todo o país.

Próximos passos no Congresso

A decisão do STF é válida até que o Congresso aprove nova lei. O projeto de lei das fake news (PL 2630/2020) pode ser um caminho para regulamentar a questão.

No cenário político, o debate sobre o papel das big techs deve se intensificar. A decisão do STF pressiona parlamentares a definirem regras claras para o ambiente digital.

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