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- O STF começou a ouvir nesta segunda (9), em Brasília, oito réus acusados de tentativa de golpe após as eleições de 2022.
- Entre os interrogados estão Jair Bolsonaro, Braga Netto e Mauro Cid; penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
- O Supremo Tribunal Federal avalia crimes graves que podem impactar o cenário político e eleitoral de 2024.
O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (9), às 14h, os interrogatórios dos réus do núcleo 1 da suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A ação penal investiga aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo militares e ex-ministros.
Os depoimentos serão conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, na sala da Primeira Turma da Corte. As audiências serão transmitidas ao vivo pela TV Justiça.
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STF interroga núcleo estratégico da tentativa de golpe
Entre os dias 9 e 13 de junho, oito réus serão ouvidos. Entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general da reserva Walter Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid, que será o primeiro a depor. Cid é delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Os interrogatórios começam às 9h a partir de terça-feira (10), seguindo ordem alfabética. O general Braga Netto prestará depoimento por videoconferência, por estar preso desde dezembro de 2023.
Réus respondem por crimes graves contra o Estado
Os acusados respondem por organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e dano qualificado ao patrimônio público. Também são investigados por tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão. O julgamento final está previsto para o segundo semestre de 2024.
Amazonas e o impacto político nacional
O Amazonas acompanha o caso com atenção. Parlamentares da bancada federal evitam declarações públicas, aguardando o desfecho judicial. A crise institucional de 2023 teve reflexos em todo o país, inclusive na região Norte.
Segundo o IBGE, mais de 60% da população do Amazonas votou em Bolsonaro no segundo turno de 2022. O caso pode influenciar o cenário político local nas eleições municipais de 2024.
Ordem dos depoimentos
1. Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens;
2. Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
3. Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
4. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
5. Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
6. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
7. Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
8. Walter Braga Netto, general da reserva.
Durante as oitivas, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os advogados de defesa poderão fazer perguntas. Os réus podem se recusar a responder questões que os incriminem, conforme prevê a Constituição.
Julgamento pode redefinir o cenário político
O desfecho do processo poderá influenciar diretamente o futuro político de Bolsonaro e seus aliados. A decisão do STF será um marco para a democracia brasileira e pode gerar desdobramentos eleitorais e institucionais em todo o país.