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- O STF realiza nesta terça (26), em Brasília, acareação entre Cid e Braga Netto para apurar tentativa de golpe.
- Braga Netto é acusado de entregar dinheiro a militares e tentar obstruir investigações, segundo delação de Mauro Cid.
- Com 62% dos votos para Bolsonaro em 2022, o Amazonas acompanha os desdobramentos no Supremo Tribunal Federal.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a presença da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro na acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o general Walter Braga Netto. A audiência será realizada nesta terça-feira (26), às 10h, no STF, como parte da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado.
Mais cedo, o advogado Celso Vilardi, representante de Bolsonaro, solicitou autorização para acompanhar a audiência, que será fechada à imprensa. Moraes esclareceu que não é necessário pedido prévio, pois todas as defesas dos réus do núcleo 1 têm esse direito.
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Trama golpista e acareação no STF
A acareação foi solicitada pela defesa de Braga Netto. O objetivo é esclarecer acusações feitas por Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF). Segundo o delator, o general teria discutido o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa ações violentas contra autoridades.
Cid também afirmou que Braga Netto entregou dinheiro em uma sacola de vinho para militares do chamado grupo “kids-pretos”, um suposto esquadrão de elite do Exército. O general nega todas as acusações.
Braga Netto e a investigação federal
Preso desde dezembro de 2023, Braga Netto é acusado de tentar obstruir as investigações. Ele também teria buscado informações sobre os depoimentos da delação de Cid. No início de junho, Moraes o interrogou. O general negou envolvimento com o plano golpista e qualquer repasse de dinheiro.
Além de Braga Netto, outros nomes ligados ao núcleo militar da suposta trama são investigados. A atuação das Forças Armadas no contexto político nacional segue em debate, especialmente após os atos de 8 de janeiro de 2023.
Amazonas e o impacto político nacional
O Amazonas, assim como outros estados, acompanha com atenção os desdobramentos. O estado registrou manifestações em apoio ao ex-presidente Bolsonaro em 2023, refletindo o alinhamento político de parte do eleitorado local.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro obteve 62% dos votos válidos no Amazonas no segundo turno de 2022. O avanço das investigações pode impactar a base política bolsonarista no estado.
Outras acareações no processo
Após a audiência entre Cid e Braga Netto, o STF realizará outra acareação. Às 11h, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, prestarão esclarecimentos.
Torres também é réu na ação penal e responde por suposta omissão nos atos de 8 de janeiro. Freire Gomes, por sua vez, negou envolvimento com qualquer plano golpista.
As acareações são parte da instrução processual conduzida por Moraes. Elas visam confrontar versões contraditórias e esclarecer os fatos investigados.
Próximos passos da Justiça
O STF segue com o julgamento dos réus envolvidos na tentativa de golpe. O núcleo 1, composto por militares e ex-integrantes do governo, é considerado estratégico nas investigações.
O Ministério Público Federal (MPF) acompanha os depoimentos e pode apresentar novas denúncias. O processo também impacta o debate sobre a responsabilização de agentes públicos.