Ver resumo
- Silvinei Vasques prestou depoimento no STF em 24 de agosto, negando interferência nas eleições de 2022.
- No segundo turno, a PRF mobilizou 795 agentes no Nordeste, região com maior votação de Lula.
- Vasques afirmou que as operações foram nacionais e visavam coibir crimes eleitorais.
- O processo contra Silvinei Vasques está em fase de interrogatórios e deve ser julgado no segundo semestre.
Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, negou nesta quinta-feira (24) ter ordenado operações para barrar eleitores de Lula no segundo turno das eleições de 2022.
Durante audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), Vasques afirmou que as ações da PRF visavam coibir crimes eleitorais, e não interferir no resultado das eleições.
Leia Mais:
Ex-diretor da PRF nega operações ilegais no Nordeste
Silvinei Vasques foi interrogado pelo juiz Rafael Tamai, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal que investiga a tentativa de golpe após as eleições de 2022.
Segundo as investigações, Vasques teria determinado que a Polícia Rodoviária Federal realizasse operações para dificultar o deslocamento de eleitores, especialmente no Nordeste, onde Lula teve mais votos.
Por que a atuação da PRF está sendo questionada?
No dia 30 de outubro de 2022, data do segundo turno, o efetivo da PRF foi significativamente maior no Nordeste: 795 policiais atuaram na região, contra 528 no Sudeste, 418 no Sul, 381 no Centro-Oeste e 230 no Norte.
Além disso, o número de ônibus fiscalizados também chamou atenção: 2.185 veículos foram parados no Nordeste, frente a 893 no Centro-Oeste, 632 no Sul, 571 no Sudeste e 310 no Norte.
Vasques diz que ações foram legais e nacionais
Durante a audiência, Vasques declarou que as ações da PRF tinham como objetivo combater crimes eleitorais em todo o país, e não apenas no Nordeste.
“O objetivo foi evitar transporte ilegal de eleitores e bloqueios de rodovias. Não houve orientação para prejudicar qualquer candidato”, afirmou.
Ele também negou ter recebido ordens do então ministro da Justiça, Anderson Torres, para realizar qualquer operação ilegal.
Trama golpista no STF: em que fase está?
Silvinei Vasques é réu no núcleo 2 da ação penal sobre a tentativa de golpe. O processo está na fase de interrogatórios e deve ser julgado no segundo semestre de 2024.
Já o núcleo 1, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados, está nas alegações finais e pode ser julgado em setembro.
Leia também
CPMI de 8 de janeiro ouvirá ex-chefe da PMDF e coronel do Exército