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- O ministro Flávio Dino votou no STF, em 11/10, para responsabilizar plataformas digitais por conteúdos ilegais no Brasil.
- Com placar de 4 a 1, ministros defendem remoção após notificação extrajudicial, exceto em casos eleitorais.
- A responsabilização das redes sociais pode ajudar a combater desinformação no Amazonas, onde 80% da população usa internet.
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira (11) a favor da responsabilização civil das plataformas digitais por conteúdos ilegais publicados por usuários. A decisão ocorreu durante o julgamento que analisa a constitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014).
O voto de Dino propõe que as redes sociais possam ser responsabilizadas nos termos do artigo 21 do Marco Civil, com exceção de casos regidos pela legislação eleitoral.
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Responsabilização das redes sociais
Até o momento, o placar do julgamento está 4 a 1 a favor da responsabilização das plataformas. Os ministros Luiz Fux e Dias Toffoli também defenderam que conteúdos ilegais possam ser removidos após notificações extrajudiciais feitas pelos próprios afetados.
O ministro Luís Roberto Barroso votou por exigir ordem judicial apenas para remoções relacionadas a crimes contra a honra. Nos demais casos, a notificação seria suficiente, desde que as plataformas cumpram seu dever de cuidado.
Voto divergente e impacto no Amazonas
O único voto contrário foi do ministro André Mendonça, que defende a manutenção das regras atuais. Essas regras limitam a responsabilização das redes apenas quando há descumprimento de ordem judicial.
No Amazonas, onde o uso das redes sociais cresce, segundo o IBGE, a decisão pode impactar diretamente o combate à desinformação e crimes digitais. Em 2022, mais de 80% da população amazonense acessava a internet, com destaque para o uso de redes sociais.
Marco Civil da Internet em debate
O STF analisa a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil. O dispositivo estabelece que as plataformas só podem ser responsabilizadas se não retirarem conteúdo ilegal após ordem judicial. A norma busca equilibrar liberdade de expressão e responsabilidade civil.
Para Flávio Dino, o modelo atual favorece a impunidade e dificulta a remoção rápida de conteúdos nocivos. Segundo ele, as plataformas devem atuar com mais responsabilidade diante de violações evidentes.
Próximos passos do julgamento
A sessão do STF continua nesta tarde com os votos dos demais ministros. A decisão final terá impacto direto na regulação das redes no Brasil e poderá influenciar futuras legislações sobre o tema.
O debate ocorre em meio ao aumento de denúncias sobre discursos de ódio e desinformação online, especialmente durante períodos eleitorais. A nova interpretação pode fortalecer a proteção de direitos fundamentais no ambiente digital.
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