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- A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (9), em Brasília, a proibição de testes em animais para cosméticos, por razões éticas.
- O relator Ruy Carneiro destacou alternativas como bioimpressão 3D e organoides, já usadas na União Europeia.
- A proibição de testes em animais pode atrair investimentos sustentáveis para a Zona Franca de Manaus e impulsionar a inovação.
A proibição de testes em animais para cosméticos foi aprovada pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (9). O projeto de lei impede o uso de animais vertebrados vivos em testes de segurança, eficácia ou toxicidade de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. O texto segue agora para sanção presidencial.
A proposta altera a Lei 11.794/2008, que regulamenta o uso científico de animais no Brasil. A partir da publicação da nova regra, dados obtidos com testes em animais não poderão embasar pedidos de comercialização de cosméticos ou seus ingredientes.
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Proibição de testes em animais avança no Congresso
O projeto prevê exceções apenas para testes exigidos por normas não relacionadas a cosméticos. Nesses casos, as empresas devem apresentar documentação que comprove o objetivo não cosmético da pesquisa.
Produtos que utilizarem dados de testes com animais após a nova lei não poderão conter no rótulo frases como “livre de crueldade” ou “não testado em animais”. A medida busca evitar práticas de rotulagem enganosa.
Impacto no setor de cosméticos e pesquisa no Brasil
O relator do projeto, deputado Ruy Carneiro (Pode-PB), defendeu a modernização das práticas científicas. Segundo ele, manter a experimentação animal como padrão seria um retrocesso ético e científico.
“Modelos computacionais, bioimpressão 3D e organoides já são alternativas viáveis”, afirmou o parlamentar. Esses métodos substitutivos ganham força em países da União Europeia, que desde 2013 proíbem testes em animais para cosméticos.
Reflexos no Amazonas e na biodiversidade brasileira
O Amazonas, com sua biodiversidade única, é foco de pesquisas em cosméticos naturais. A nova legislação pode impulsionar o uso de tecnologias limpas e sustentáveis na região, alinhadas com a política ambiental brasileira.
Empresas da Zona Franca de Manaus que atuam no setor de cosméticos devem adaptar seus processos. A mudança pode favorecer a atração de investimentos em inovação e biotecnologia.
Transição e comercialização de produtos já testados
O texto aprovado permite a venda de produtos testados antes da entrada em vigor da lei. Isso evita prejuízos imediatos à indústria e garante uma transição regulatória mais segura.
A medida reforça o compromisso do Brasil com práticas éticas e científicas. Também responde à demanda crescente por produtos sustentáveis e livres de crueldade.