A 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) concedeu prisão domiciliar humanitária ao ex-deputado federal Roberto Jefferson. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (2), com base em laudo médico que aponta quadro grave de saúde.
A relatora do habeas corpus, desembargadora federal Andréa Esmeraldo, destacou a “extrema debilidade” do ex-parlamentar. Jefferson está internado desde julho de 2023 em hospital particular no Rio de Janeiro.
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TRF2 autoriza prisão domiciliar por motivos de saúde
Segundo relatório da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), as condições clínicas de Jefferson se agravaram por infecções hospitalares. O documento foi determinante para a concessão do benefício humanitário.
A decisão, no entanto, não implica transferência imediata para o regime domiciliar. Isso porque ainda está em vigor uma prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Restrições impostas a Roberto Jefferson
O ex-presidente do PTB deverá cumprir medidas cautelares. Está proibido de usar redes sociais e aplicativos de mensagens. Também não pode sair do estado do Rio de Janeiro, salvo por emergência médica previamente comunicada à Justiça Federal.
Apesar das restrições, Jefferson não usará tornozeleira eletrônica. Seus documentos de posse e registro de armas de fogo seguem cassados desde sua prisão em 2022.
Contexto jurídico e político do caso
Roberto Jefferson foi preso em 2021 por ataques ao STF e incitação à violência. Desde então, enfrenta diversas ações penais. Sua prisão foi prorrogada por decisão de Alexandre de Moraes, com base na Lei de Segurança Nacional e no Código Penal.
O caso ganhou repercussão nacional por envolver temas como liberdade de expressão, segurança institucional e limites do discurso político. A decisão do TRF2 pode abrir precedente para outros casos envolvendo detentos com quadro clínico grave.
Impacto e desdobramentos possíveis
Embora a decisão tenha caráter humanitário, o STF mantém a palavra final sobre a liberdade de Jefferson. O caso segue sob análise da Corte, que pode reavaliar a prisão preventiva vigente.
Especialistas apontam que a medida do TRF2 pode gerar discussões sobre o uso da prisão domiciliar em casos de saúde crítica. No Amazonas, casos semelhantes já foram debatidos na Assembleia Legislativa (ALEAM), especialmente durante a pandemia de Covid-19.
O tema também reacende o debate sobre o sistema penitenciário brasileiro e a capacidade de garantir atendimento médico adequado a presos em situação de vulnerabilidade.