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- Lindbergh Farias pediu ao STF, em 11 de junho, a prisão de Eduardo Bolsonaro por traição à pátria e sabotagem econômica.
- O deputado é acusado de articular sanções dos EUA contra o Brasil e celebrar tarifa de 50% imposta por Trump.
- A detenção de Eduardo Bolsonaro pode afetar exportações brasileiras e a Zona Franca de Manaus.
- O PT também solicitou a cassação do mandato de Eduardo no Conselho de Ética da Câmara.
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, protocolou nesta sexta-feira (11) um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando a prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A medida ocorre após o deputado licenciado celebrar publicamente a decisão do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, de aplicar tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
A solicitação inclui acusações de traição à pátria, golpe continuado e sabotagem econômica. O parlamentar também pediu o cancelamento do passaporte diplomático de Eduardo e a ampliação do inquérito 4995/DF, que já investiga o deputado por crimes contra o Estado Democrático de Direito.
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Por que Lindbergh quer a prisão de Eduardo Bolsonaro?
Segundo o petista, Eduardo Bolsonaro atua no exterior para pressionar os EUA a impor sanções ao Brasil. Ele é acusado de articular, junto a congressistas norte-americanos, medidas como a aplicação da Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras, especialmente ministros do STF.
Em nota pública, Lindbergh afirma que o deputado licenciado age de forma coordenada com o pai, Jair Bolsonaro, que teria enviado cerca de R$ 2 milhões para financiar a permanência do filho nos Estados Unidos.
“Eduardo Bolsonaro usa a imunidade parlamentar como escudo para a sabotagem contra os interesses nacionais”, disse Lindbergh.
Quais crimes são atribuídos ao deputado?
O novo pedido ao STF amplia o escopo da investigação para incluir seis crimes:
- Coação no curso do processo (art. 344 do Código Penal)
- Obstrução de Justiça (Lei 12.850/13)
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal)
- Atentado à soberania nacional (art. 359-I do Código Penal)
- Associação criminosa (art. 288 do Código Penal)
- Violação da integridade funcional de magistrados (Decreto-Lei 4.766/42)
Trump anuncia tarifa e Eduardo comemora
A tensão aumentou após Donald Trump anunciar, na quarta-feira (9), tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A medida afeta diretamente exportações do Brasil e foi justificada por Trump como reação à atuação do STF contra Jair Bolsonaro.
Eduardo Bolsonaro celebrou a decisão em sua conta na rede X (antigo Twitter):
“Coloque o seu agradecimento ao Presidente Donald Trump abaixo e vamos rumo à Lei Magnitsky”, escreveu.
Repercussão e contexto político
No Congresso, o PT também apresentou representação no Conselho de Ética pedindo a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro. A legenda argumenta que o parlamentar viola a Constituição ao agir contra o próprio país com apoio estrangeiro.
O caso ocorre em meio a um cenário de polarização política e investigações em curso sobre os atos de 8 de janeiro, considerados por Lindbergh como parte de um “golpe continuado”.
Como isso afeta o Brasil e o Amazonas?
A imposição de tarifas impacta diretamente o setor exportador brasileiro, incluindo produtos da Zona Franca de Manaus. O Amazonas, que depende da estabilidade comercial com mercados internacionais, pode sofrer efeitos indiretos com a escalada diplomática entre Brasil e EUA.
O governo federal ainda não se pronunciou oficialmente sobre o pedido de prisão, mas o Itamaraty monitora os desdobramentos da crise com os Estados Unidos.
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