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- Aprovação de Lula subiu para 49,7% após ataques de Trump, segundo pesquisa Latam Pulse feita em julho.
- 62,2% dos brasileiros consideram injusta a tarifa de 50% imposta por Trump a produtos do Brasil.
- Popularidade de Lula cresceu especialmente no Norte, onde a Zona Franca do Amazonas foi diretamente impactada.
- 51,2% da população apoia retaliar os EUA com taxação de produtos como resposta à medida.
Uma ofensiva da ultradireita internacional, envolvendo Eduardo Bolsonaro (PL) e aliados de Donald Trump, acabou fortalecendo a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É o que revela a pesquisa Latam Pulse, realizada pela AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, entre os dias 11 e 13 de julho.
O levantamento mostra que a retaliação econômica de Trump ao Brasil e a denúncia de conspiração internacional contra a democracia alavancaram a aprovação de Lula, especialmente entre eleitores do Norte, incluindo o Amazonas.
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Aprovação de Lula cresce após ataques de Trump
Em maio, Lula tinha 45,4% de aprovação. Esse índice subiu para 49,7% em julho. No mesmo período, a desaprovação caiu de 53,7% para 50,3%, segundo a pesquisa.
A repercussão da chamada “bolsotaxa” — tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada por Trump — gerou reação negativa entre os brasileiros. 62,2% consideram a medida injustificada, enquanto apenas 36,8% a veem como legítima.
Imagem de Trump piora entre os brasileiros
A popularidade do ex-presidente dos EUA também sofreu desgaste. Em novembro de 2023, 48% dos brasileiros tinham imagem positiva de Trump. Agora, esse número caiu para 31,9%, enquanto 63,2% têm percepção negativa.
No Amazonas, onde a Zona Franca é sensível a políticas comerciais internacionais, analistas apontam que a retaliação de Trump acendeu alertas sobre riscos à soberania econômica regional.
Conspiração bolsonarista é vista como motivação
Questionados sobre as causas da medida de Trump, 40,9% dos entrevistados apontaram a atuação do Brasil nos BRICS. Outros 36,9% atribuem à influência da família Bolsonaro sobre o ex-presidente norte-americano.
Para 50,3% da população, a taxação representa uma ameaça à soberania nacional. No Norte, esse sentimento é reforçado por preocupações com a indústria local e exportações amazônicas.
Resposta do governo Lula divide opiniões
A reação do Planalto foi considerada “adequada” por 44,8% dos entrevistados. Outros 27,5% a julgaram “agressiva” e 25,2% “fraca”.
Apesar das divergências, 47,7% acreditam que o governo conseguirá negociar a redução das tarifas com os EUA. A retaliação, por sua vez, tem apoio de 51,2% da população.
Reciprocidade é a retaliação preferida
- 51,2% defendem taxar produtos dos EUA;
- 28,6% preferem reforçar laços com China e aliados;
- 14,5% sugerem reduzir dependência do dólar;
- 2,4% apoiam suspender patentes e direitos autorais;
- 1,5% propõem restringir investimentos norte-americanos.
No Amazonas, parlamentares federais da base de Lula têm defendido medidas de reciprocidade para proteger a economia regional, especialmente setores dependentes da exportação industrial.
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