O senador Plínio Valério (PSDB-AM) voltou a causar polêmica ao reafirmar ataques à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Mesmo após críticas de parlamentares e entidades civis, o congressista manteve declarações consideradas ofensivas e misóginas, feitas inicialmente em audiência no Senado no dia 27 de maio.
Em suas redes sociais, Valério reafirmou sua postura. Disse que respeita mulheres, mas que não respeita Marina por, segundo ele, “impedir que sejamos brasileiros de fato e direito”. A fala gerou nova onda de críticas em Brasília e no Amazonas.
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Plínio Valério e o histórico de declarações polêmicas
Não é a primeira vez que o senador ataca Marina Silva. Em março, durante evento no Amazonas, afirmou que “tolerar Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la” foi um esforço. A declaração está sob análise da Comissão de Ética do Senado por possível quebra de decoro parlamentar.
O episódio provocou reações de senadores e deputadas de diferentes partidos. Entidades como a ONU Mulheres Brasil classificaram as falas como misóginas e incompatíveis com o cargo público.
Repercussão no Amazonas e no cenário nacional
O comportamento de Valério repercute de forma intensa no Amazonas, estado que também é berço político de Marina Silva. Lideranças locais criticaram a postura do senador, destacando a importância do debate ambiental para a região amazônica.
Segundo dados do IBGE, mais de 98% do território do Amazonas é coberto por floresta. A atuação do Ministério do Meio Ambiente é considerada estratégica para o desenvolvimento sustentável do estado.
Conflito político e institucional
Especialistas apontam que a postura do senador ultrapassa o campo da divergência política. O caso levanta debate sobre o respeito institucional entre os Poderes e o tratamento dado a mulheres em cargos de liderança.
Marina Silva é uma das figuras mais reconhecidas internacionalmente na pauta ambiental. Já foi ministra em outros governos e candidata à presidência. Sua atuação é respaldada por acordos internacionais e políticas públicas de preservação.
Senado avalia medidas disciplinares
A Comissão de Ética do Senado pode aplicar sanções a Valério. As punições variam de advertência a cassação de mandato, conforme o Regimento Interno do Senado.
Enquanto isso, o senador segue defendendo suas declarações, mesmo diante da pressão de parlamentares e da sociedade civil. O caso reacende o debate sobre limites no discurso político e o combate à misoginia no ambiente institucional.