Ver resumo
- Governo deve anunciar plano de contingência até terça-feira.
- Medida visa mitigar efeitos da tarifa de 50% dos EUA.
- Setores mais expostos às exportações terão prioridade.
- Plano de contingência contra tarifa dos EUA terá abordagem setorial.
O plano de contingência contra tarifa dos EUA será anunciado até terça-feira (12), afirmou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin. A medida busca minimizar os impactos da tarifa de 50% imposta por Washington sobre produtos brasileiros.
Segundo Alckmin, o plano já foi apresentado ao presidente Lula, que está finalizando a análise. “Se não for amanhã, provavelmente na segunda ou terça-feira”, disse o ministro em entrevista nesta quinta-feira (8), em Brasília.
Governo quer foco nos setores mais afetados
O plano terá como base uma régua que mede o grau de exposição das exportações ao mercado norte-americano. A ideia é calibrar o socorro para empresas mais prejudicadas pela medida adotada pelo governo dos EUA.
“Tem setores que exportam mais da metade da produção para os Estados Unidos. Esses estão muito expostos”, explicou Alckmin. Ele citou o setor de pescados como exemplo, diferenciando produtos como tilápia, com consumo interno predominante, e atum, majoritariamente exportado.
Como será feita a avaliação de impacto?
O governo vai aplicar um parâmetro técnico para mensurar o impacto das tarifas por setor. A proposta é evitar uma abordagem genérica e garantir que os recursos cheguem às empresas mais vulneráveis.
“Às vezes dentro de um próprio setor, você tem uma diferenciação de quem exporta mais e menos”, destacou o vice-presidente.
Setor calçadista e couro estão entre os mais atingidos
Alckmin também se reuniu com representantes da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados). Segundo ele, o setor será impactado, mas o couro sofrerá ainda mais, pois mais de 40% da produção é exportada.
“Recebi agora o setor de calçados. É um setor que usa muita mão de obra. Mas, mais afetado que o calçado, é o couro”, afirmou o ministro.
Reunião com diplomata dos EUA
O vice-presidente também se encontrou com Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada dos EUA. A conversa, fora da agenda oficial, foi considerada “muito boa” por Alckmin, embora ele não tenha dado detalhes.
Antes da reunião com Alckmin, Escobar esteve com o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores, e visitou a Câmara dos Deputados.
