A Polícia Federal negou neste domingo (13) ter revistado as deputadas estaduais Ediane Maria (PSOL-SP), Andreia de Jesus (PT-MG) e Leninha (PT-MG) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
As parlamentares, que são negras, denunciaram abordagem discriminatória após desembarque de voo vindo do México na sexta-feira (11).
PF nega abordagem a deputadas negras
Em nota oficial, a PF afirmou que não realizou a revista mencionada pelas deputadas.
Segundo o comunicado, a corporação “atua com base nos protocolos estabelecidos em seus normativos internos e respeita estritamente os procedimentos legais vigentes”.
A Polícia Federal reafirmou seu “compromisso com a legalidade, a isenção e o respeito aos direitos individuais no cumprimento de suas atribuições”.
Deputadas registraram boletim por racismo
As deputadas registraram boletim de ocorrência por prática de racismo após o episódio.
Elas retornavam de missão oficial no México, onde participaram do Painel Internacional de Mulheres Afropolíticas, realizado no Senado mexicano.
Em publicação nas redes sociais, a deputada Andreia de Jesus afirmou que, entre centenas de passageiros, apenas as três foram selecionadas para revista por agentes da Polícia Federal.
Repercussão e providências
O caso gerou ampla repercussão nas redes sociais e entre entidades de direitos humanos.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Congresso Nacional ainda não se manifestaram oficialmente.
Organizações da sociedade civil exigem apuração rigorosa e responsabilização dos envolvidos, caso confirmada a conduta discriminatória.
Contexto político e institucional
O episódio ocorre em meio a debates sobre racismo institucional e representatividade no poder público.
Dados do IBGE indicam que mais de 56% da população brasileira é negra, mas o número de parlamentares negros ainda é proporcionalmente baixo.
No Amazonas, o tema também repercute. A Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) tem discutido medidas para ampliar a diversidade racial em cargos públicos.
O caso pode impulsionar novas ações legislativas sobre racismo institucional e protocolos de segurança em aeroportos.