Ver resumo
- PF indicia Bolsonaro e Eduardo por tentativa de golpe de Estado.
- Investigação aponta pressão sobre STF com apoio dos EUA.
- Silas Malafaia também é citado por coação e difusão de narrativas.
- Palavra-chave principal aparece em contexto de articulação internacional.
O indiciamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado foi formalizado pela Polícia Federal na última quarta-feira (3). O ex-presidente e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), são acusados de coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. As penas somadas podem chegar a 12 anos de prisão.
Segundo a PF, os dois atuaram para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de interferir no julgamento de Bolsonaro.
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Mensagens indicam pressão sobre ministros do STF
O inquérito aponta que pai e filho buscaram apoio de autoridades norte-americanas para pressionar o Estado brasileiro. As mensagens analisadas mostram ações coordenadas para influenciar decisões judiciais no Brasil, especialmente as relacionadas à tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2022.
Em uma das conversas, Eduardo afirma que “temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia”. A PF concluiu que o objetivo era garantir a impunidade de Jair Bolsonaro.
Trump e sanções contra ministros brasileiros
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, chegou a publicar mensagens em defesa de Bolsonaro e impôs sanções contra ministros do STF, como Alexandre de Moraes, com base na lei Magnitsky. A PF vê essas ações como parte da estratégia de coação internacional.
Eduardo Bolsonaro, que reside nos EUA, teria articulado diretamente com autoridades americanas. A polícia afirma que ele buscava “ações de grave ameaça para coagir e restringir o exercício da Suprema Corte brasileira”.
Silas Malafaia também é alvo da PF
O pastor Silas Malafaia foi alvo de busca e apreensão ao desembarcar no Brasil. Ele é citado como parte do grupo que tentou coagir o Judiciário. Segundo a PF, Malafaia participou da definição de estratégias e divulgação de narrativas inverídicas.
Em uma mensagem enviada a Bolsonaro, Malafaia afirmou:
“A próxima retaliação vai ser contra ministros do STF e suas famílias. Vão dobrar a aposta apoiando o ditador? DUVIDO.”
Eduardo nega tentativa de interferência
Em nota nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro disse que sua atuação visava “restabelecer as liberdades individuais no país”. Ele classificou o indiciamento como “delirante” e afirmou estar protegido pela legislação dos EUA.
“Se meu crime for lutar contra a ditadura brasileira, declaro-me culpado de antemão”, escreveu o deputado.
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