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- Operação policial contra Bolsonaro foi autorizada por Alexandre de Moraes e cumprida em Brasília na segunda-feira (8).
- Medida incluiu tornozeleira eletrônica e restrições de comunicação, gerando forte reação política.
- Aliados do governo apontam risco de fuga; oposição denuncia abuso e humilhação.
- Repercussão pode influenciar posicionamentos no Amazonas e acirra debate sobre atos antidemocráticos.
Parlamentares de diferentes espectros políticos repercutiram nesta segunda-feira (8) a operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. A ação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também determinou o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de comunicação e deslocamento.
O caso gerou manifestações de aliados e opositores do ex-presidente nas redes sociais. Enquanto políticos da base governista destacaram a importância da medida para evitar uma eventual fuga, nomes ligados ao PL e à direita classificaram a decisão como abusiva e humilhante.
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Aliados do governo defendem ação e criticam “risco de fuga”
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou que a tornozeleira foi resultado de uma representação feita por ele contra Eduardo Bolsonaro. Segundo o parlamentar, a denúncia alertava para uma suposta tentativa de fuga facilitada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
“Ao denunciar a tentativa de Tarcísio de facilitar a fuga de Jair, reforçamos a urgência da medida cautelar. É uma vitória do Estado de Direito contra o golpismo transnacional.”
Já a deputada Maria do Rosário (PT-RS) destacou que a medida reduz o risco de evasão do país. “Não dá pra deixar esse criminoso fugir”, escreveu em rede social.
O deputado Jilmar Tatto (PT-SP), secretário de Comunicação do partido, disse em vídeo que estava “agoniado” com a possibilidade de fuga do ex-presidente. “Golpista tem que ir para a cadeia”, afirmou.
Bolsonaristas reagem e falam em “humilhação”
Entre os filhos do ex-presidente, as críticas foram direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes. O deputado Eduardo Bolsonaro afirmou que a decisão foi uma resposta à troca de mensagens entre Jair Bolsonaro e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou a decisão como uma “humilhação proposital”. Segundo ele, a proibição de comunicação entre pai e filho é “o maior símbolo do ódio” de Moraes.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, também se manifestou contra a medida, afirmando que a decisão judicial “fere garantias fundamentais”.
Partido Liberal divulga nota oficial contra operação
O PL, partido de Jair Bolsonaro, divulgou nota oficial assinada por seu presidente, Valdemar Costa Neto, na qual manifesta “estranheza e repúdio” diante da operação. Segundo o texto, o ex-presidente “sempre esteve à disposição das autoridades”.
Contexto político e implicações no Amazonas
No Amazonas, aliados locais de Bolsonaro, como o deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM), ainda não se pronunciaram oficialmente. No entanto, a repercussão nacional pode influenciar o posicionamento de lideranças da direita no estado, especialmente em ano pré-eleitoral.
Já parlamentares da base do governo Lula no Norte destacam que a decisão reforça o papel das instituições democráticas. A medida também reacende o debate sobre a responsabilização de autoridades por atos antidemocráticos.
Leia a nota do Partido Liberal na íntegra
O Partido Liberal manifesta sua estranheza e repúdio diante da operação realizada nesta segunda-feira (8) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O PL reitera que Bolsonaro sempre esteve à disposição das autoridades e que confia na Justiça brasileira para o esclarecimento dos fatos.
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