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- Operação Militia levou à prisão de oito PMs e um perito.
- Audiência de custódia foi remarcada por atraso na chegada.
- Grupo é suspeito de extorsão e sequestros em Manaus.
- Perito foi liberado após colaborar com a investigação.
A audiência de custódia dos oito policiais militares presos na operação Militia foi remarcada para esta quarta-feira (30), às 14h, no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, zona sul de Manaus. Os investigados chegaram ao local fora do horário limite para recebimento de presos, segundo o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).
Deflagrada na manhã de terça-feira (29), a operação investiga a atuação de uma milícia formada por policiais militares e um perito da Polícia Civil, suspeitos de crimes como roubo e extorsão mediante sequestro. A ação foi coordenada pela 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial (PROCEAPSP), com apoio de 150 agentes das polícias Civil e Militar.
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Mandados e apreensões realizadas
A operação cumpriu nove mandados de prisão — oito preventivas contra PMs e uma temporária contra um perito — além de 16 mandados de busca e apreensão. As diligências ocorreram nas casas dos suspeitos e no Batalhão da Força Tática, no Comando de Policiamento Metropolitano.
Foram apreendidos 14 pistolas, três fuzis, um revólver, um fuzil de airsoft, 653 munições, 14 celulares, três veículos e R$ 10.695 em espécie. Os armamentos serão periciados e inseridos no Banco Nacional de Balística para cruzamento com crimes de homicídio.
Como surgiram as suspeitas?
As investigações começaram após um sequestro ocorrido em fevereiro de 2025, no bairro Manoa, registrado por populares. Durante a apuração, a promotoria identificou outras duas vítimas, extorquidas em cerca de R$ 300 mil.
O grupo criminoso visava pessoas envolvidas em atividades ilícitas ou seus familiares, com objetivo de obter vantagens financeiras e subtrair bens como joias e eletrônicos. A investigação segue para rastrear os valores e objetos, identificar novos envolvidos e reparar as vítimas.
Perito colaborou e foi liberado
O perito da Polícia Civil, alvo de prisão temporária, foi liberado na tarde de terça-feira após colaborar com as investigações. Segundo o promotor Armando Gurgel, a prisão teve caráter instrumental e visava evitar interferências e garantir diligências sensíveis.
“A postura colaborativa do servidor foi fundamental para o rápido esclarecimento dos fatos”, afirmou o MP.
O Ministério Público reforçou que o perito não integra o grupo criminoso e teve seus dados indevidamente utilizados. Ele agora atua como colaborador da investigação.
Leia a nota do Ministério Público na íntegra
A 60ª Promotoria de Justiça Especializada no Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública esclarece que, no contexto da operação Militia, deflagrada na manhã desta terça-feira, 29 de julho de 2025, foi decretada uma prisão temporária.
A medida alcançou um perito da Polícia Civil, com o objetivo de garantir o isolamento em relação aos demais alvos, bem como viabilizar a apuração de movimentações financeiras realizadas com o uso de dados a ele vinculados, no contexto de uma das práticas extorsivas investigadas.
Desde o início, o Ministério Público considerou a hipótese de eventual inocorrência de dolo ou isenção por parte do perito e adotou todas as cautelas necessárias à preservação de sua imagem funcional.
Importa destacar que a postura colaborativa, serena e diligente do referido servidor foi fundamental para o rápido esclarecimento dos fatos. Sua atuação permitiu à equipe investigativa confirmar, em curto espaço de tempo, que seus dados haviam sido indevidamente utilizados por terceiros para fins ilícitos.
A 60ª PROCEAPSP ressalta que o perito, longe de integrar o grupo criminoso investigado, foi vítima do esquema e tornou-se um importante colaborador da investigação.
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