Em meio aos primeiros movimentos rumo à eleição estadual de 2026, o senador Omar Aziz (PSD-AM) tenta reverter os danos à sua imagem política. Em entrevista à Rede Tiradentes, ele afirmou ser vítima da Operação Maus Caminhos e negou qualquer processo judicial em andamento. “Não sou réu em absolutamente nada”, declarou Aziz.
O senador busca se antecipar ao debate eleitoral, tentando neutralizar acusações que possam surgir durante a campanha. “Quero debater isso antes. Não vou esperar a campanha para que me acusem”, disse, sinalizando o início de uma estratégia de reconstrução de imagem.
Leia Mais:
Omar Aziz e a Operação Maus Caminhos
A Operação Maus Caminhos foi deflagrada em 2016 pela Polícia Federal. A investigação apurou o desvio de mais de R$ 112 milhões da saúde pública do Amazonas. O dinheiro era repassado ao Instituto Novos Caminhos, que gerenciava unidades de saúde no estado.
O nome de Omar Aziz surgiu nas investigações como suposto beneficiário do esquema. No entanto, segundo o senador, as decisões judiciais que o envolviam foram anuladas. Ele afirma não haver denúncias formais ou processos ativos contra ele.
Relação com a Lava Jato e obras públicas
Além da Maus Caminhos, Aziz foi citado em delações da Operação Lava Jato. Ele teria recebido R$ 18 milhões em propinas, segundo delatores. Os valores estariam ligados a obras como a Arena da Amazônia e a Ponte Phelippe Daou, executadas durante seu mandato como governador (2010-2014).
Apesar das citações, Aziz não foi formalmente denunciado. Ele alega que os recursos foram aplicados conforme a legislação vigente à época. As obras, no entanto, foram alvo de auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU), que apontaram sobrepreço e falhas contratuais.
Disputa com Eduardo Braga e cenário político do Amazonas
Omar Aziz deve enfrentar nomes como o senador Eduardo Braga (MDB-AM) na corrida ao governo estadual. Braga também foi citado em delações da Lava Jato, acusado de receber até R$ 30 milhões em propinas. Ambos os senadores comandaram o estado e agora tentam se reposicionar politicamente.
No contexto nacional, o Amazonas reflete a crise de representatividade e os desafios da gestão pública. O estado enfrenta problemas estruturais na saúde e educação, agravados pela pandemia e pela má alocação de recursos públicos.
Operação limpeza e estratégia eleitoral antecipada
A movimentação de Aziz indica uma campanha antecipada com foco em reabilitação política. A tentativa de esclarecer sua situação jurídica busca reduzir o impacto de escândalos passados. A estratégia pode influenciar o eleitorado em um cenário polarizado e marcado por desconfiança.
Com isso, a eleição de 2026 no Amazonas tende a repetir o padrão nacional: disputas entre políticos investigados, tentativas de ressignificação de narrativas e o uso do judiciário como arma eleitoral.