A partir desta segunda-feira (07), 13 unidades de saúde da rede municipal começam a trabalhar com a tafenoquina, novo medicamento utilizado para o tratamento da malária.
A tafenoquina é um medicamento que reduz o tratamento contra malária de sete para três dias.
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“O tratamento utilizado atualmente contra a malária inclui a cloroquina e a primaquina. O estudo vai avaliar a possibilidade de substituição da primaquina pela tafenoquina no esquema medicamentoso, reduzindo o tempo de tratamento”, informa Alinne Antolini, gerente de Vigilância Ambiental da Semsa.
A ação faz parte da segunda etapa de um estudo conduzido pelo Ministério da Saúde nas cidades de Manaus e Porto Velho (RO).
O Ministério da Saúde pretende verificar como o uso do medicamento funciona na prática do atendimento nas unidades de saúde de baixa complexidade na rede municipal.
A primeira etapa do estudo iniciou em setembro de 2020 nas unidades de alta e média complexidade da rede estadual.
Também será iniciada a oferta do teste do nível da enzima G6PD do paciente, que visa reduzir o risco de complicações no tratamento.
“Quando o nível desta enzima fica abaixo do recomendado, o medicamento contra malária, tanto a primaquina quanto a tafenoquina, pode provocar anemia hemolítica, uma doença grave que pode levar o paciente ao óbito. Então, o uso da tafenoquina está condicionado à realização do teste G6PD, que também é um novo procedimento na rotina de atendimento”, explica a enfermeira.
As unidades de saúde que vão trabalhar com a tafenoquina e o teste quantitativo de G6PD serão:
Na zona rural
- UBSR comunidade Cuieiras
- UBSR Pau-Rosa
- base operacional União da Vitória
- Unidade de Apoio Cooperativa Pau-Rosa
- UBSR Ada Viana
- UBSR comunidade São Pedro
- UBSR Efigênio Sales)
Na zona Leste
- Colônia Antônio Aleixo
- João Paulo II
- Santa Inês
- Grande Vitória
- Bela Vista)
Na zona Oeste
- base operacional Campos Sales
“São unidades de saúde selecionadas nas áreas de maior incidência da malária em Manaus e que também têm gestão plena no Programa Municipal de Controle da Malária, onde é feito o diagnóstico e tratamento da doença, tendo servidores que atuam como agentes de endemias, microscopistas e notificantes. Todos esses servidores participaram de treinamento, teórico e prático, para o manuseio do aparelho de testagem do G6PD, e nas orientações sobre utilização dos medicamentos”, afirma Alinne.
O tratamento com uso da tafenoquina será direcionado para pacientes com mais de 16 anos, diagnosticados com malária do tipo Vivax ou mista.
“A incorporação da tafenoquina, com a redução do tempo de administração do medicamento, deverá trazer muitos benefícios para a população pelo potencial de proporcionar maior adesão ao tratamento. Como normalmente o tratamento leva sete dias, o paciente começa a se sentir melhor no terceiro dia e muitas vezes abandona a medicação, não fica curado e tem sucessivas recaídas”, explica Alinne.
Casos
Em 2021, o município de Manaus registrou 4.466 casos de malária, em uma redução de 15,4% em relação a 2020, quando houve a notificação de 5.280 casos da doença.
As notificações de janeiro deste ano também apresentaram redução de 15,8%, com 223 casos no município de Manaus, em comparação com janeiro de 2021, que registrou 265 casos.