A motocarreata com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o candidato a prefeito de Manaus, deputado Alberto Neto (PL), teve baixa adesão na manhã deste sábado, 28. O público esperado era de 12 mil pessoas (igual ao da campanha eleitoral de 2022), mas o evento reuniu menos de 2 mil apoiadores, conforme mostrado em vídeos registrados pela CENARIUM.
O evento eleitoral esvaziado ocorre dois dias após a CENARIUM revelar prints de conversas em um aplicativo de mensagens, nos quais organizadores da motocarreata de Bolsonaro (PL), em Manaus, prometeram pagar R$ 100 aos motociclistas que participassem do evento.
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Neste sábado, a motocarreata do ex-presidente percorreu pelo menos cinco vias da capital amazonense, tendo iniciado em frente à loja Havan, na Avenida Governador José Lindoso, bairro Flores, Zona Centro-Sul de Manaus. O destino final foi atrás da Arena da Amazônia, onde ocorreu um evento com os eleitores de Alberto Neto (PL) e Maria do Carmo (Novo), que têm as candidaturas apoiadas por Bolsonaro.
Nas imagens registradas pela CENARIUM, é possível ver o carro em que estava o ex-presidente, Alberto Neto e Maria do Carmo seguido por motociclistas. Também é possível verificar que há espaços vazios em meio às motos, o que indicou a pouca quantidade de presentes na motocarreata.
Campanha de 2022
Em 2022, informações publicadas por veículos de comunicação de São Paulo e Rio de Janeiro davam conta de que a motociata de Bolsonaro na capital amazonense reunia mais de 12 mil apoiadores sob a coordenação do então candidato ao Senado, na época, Coronel Menezes, hoje, candidato a vice-prefeito de Manaus na chapa de Roberto Cidade (UB).
Coronel Menezes perdeu a eleição ao Senado, no Amazonas, por uma diferença de 1,55% dos votos para o eleito, senador Omar Aziz (PSD/AM). De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Menezes ficou com 39,38% dos votos para 40,93% de Aziz.
Investigação em curso
A CENARIUM mostrou, nesta semana, que o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) investiga denúncia de possíveis pagamentos via Pix oferecidos a correligionários de Jair Bolsonaro para o comparecimento no evento.
A investigação tem como base uma denúncia formalizada junto ao órgão na tarde de quarta-feira, 25. O regimento interno do MP-AM prevê a instauração de procedimento preliminar investigatório para apurar as denúncias de possíveis irregularidades que chegam por meio dos canais de comunicação da instituição.
O candidato a vereador de Manaus João Tayah (PT), autor do pedido de investigação, também divulgou nas redes sociais prints de conversas referentes às negociações dos pagamentos. De acordo com Tayah, estavam sendo oferecidos R$ 100 para “quem quiser participar da motociata”, o que segundo o político configura compra de votos.
Prints expostos
O convite foi reencaminhado com frequência para motociclistas de aplicativos. O valor promete ser pago pelo Movimento Direita Amazonas, e o responsável, de acordo com a mensagem, é Felipe Araújo. Para adicionar os participantes à lista de presença, Felipe solicita o nome completo, telefone, modelo da motocicleta e placa do veículo.
Crime eleitoral?
O advogado mestre em Direito Anderson Fonseca explicou à CENARIUM que, se a distribuição da gasolina é feita para os simpatizantes do partido, não há compra de votos. No entanto, se, junto com o combustível, houver o “vote em mim“, como troca explícita de favor — “minha gasolina, seu voto” — então está configurado o crime eleitoral.
“Se for comprovada a compra de voto a Justiça pode entender a prática como abuso de poder econômico e com isso pode levar a cassação de chapa ou se eventualmente eleito a cassação do diploma“, explicou Anderson Fonseca.
Com informações da Cenarium