Mortes por covid em Manaus expõem gestão de Pazuello

Crise do oxigênio e colapso da saúde no Amazonas reacendem críticas à condução da pandemia pelo ex-ministro.

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  • Eduardo Pazuello criticou o STF por medidas contra Bolsonaro, durante reunião com deputados do PL em Brasília, dia 21.
  • O médico Bruno Gino rebateu lembrando as mortes por covid em Manaus e a crise do oxigênio sob gestão de Pazuello.
  • A pandemia deixou mais de 700 mil mortos no Brasil, com forte impacto durante o colapso da saúde no Amazonas.
  • Bolsonaro enfrenta ação penal no STF e aliados já veem sua condenação como inevitável.

Após defender Bolsonaro nas redes, Eduardo Pazuello foi lembrado por médico sobre as mortes por covid-19 em Manaus durante sua gestão no Ministério da Saúde.

Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde e atual deputado federal (PL-RJ), gerou polêmica ao criticar as medidas cautelares impostas pelo STF ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em publicação no X, ele classificou como “injustiça” a proibição de Bolsonaro se comunicar com o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro.

“É de cortar o coração”, escreveu Pazuello, referindo-se à decisão do ministro Alexandre de Moraes. A manifestação foi feita após reunião de parlamentares do PL com Bolsonaro na Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (21).

Médico rebate fala de Pazuello sobre Bolsonaro

O comentário de Pazuello foi duramente criticado pelo médico Bruno Gino, especialista em Saúde Pública no Canadá. Em resposta direta, ele lembrou a condução da pandemia de covid-19, especialmente a crise do oxigênio em Manaus.

“De cortar o coração foram as mais de 700 mil vidas perdidas durante a pandemia! Vidas que se foram enquanto você, sem qualquer formação, era ministro e ajudava a sabotar medidas sanitárias, atrasava vacinas, promovia tratamento ineficaz e assistia Manaus morrer sem oxigênio!”

Bruno Gino ganhou notoriedade nas redes após criticar celebridades e influenciadores, como Pablo Marçal. Sua fala repercutiu entre usuários que também relembraram os episódios de colapso hospitalar no Amazonas em janeiro de 2021.

Bolsonaro enfrenta nova fase no STF

Enquanto aliados como Pazuello defendem o ex-presidente, líderes do Centrão já consideram sua situação jurídica irreversível. Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado e, segundo avaliação interna, deve ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal.

A decisão de Moraes, na última sexta-feira (18), impôs medidas como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de entrevistas e restrição de contato com investigados. A avaliação é que isso selou o destino jurídico do ex-presidente.

Três pontos que agravam a situação de Bolsonaro

1. Ação penal no STF por tentativa de golpe;

2. Proibição de comunicação com aliados investigados;

3. Reação negativa do Centrão e isolamento político crescente.

Além disso, Bolsonaro cancelou uma coletiva que daria nesta segunda-feira (21), após a reunião com deputados do PL. A decisão ocorreu por orientação jurídica, já que Moraes proibiu que ele conceda entrevistas, mesmo por terceiros.

Como a crise em Manaus marcou a gestão de Pazuello?

Durante a segunda onda da covid-19, a capital do Amazonas enfrentou colapso no sistema de saúde. Hospitais ficaram sem oxigênio e pacientes morreram asfixiados. Pazuello foi acusado de omissão e má gestão no envio de insumos.

Na época, o Ministério da Saúde também incentivava o uso de medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina. A crise foi um dos principais focos da CPMI da Covid, que responsabilizou autoridades por ações e omissões.

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