Monitoramento ilegal de Moraes é negado por coronel no STF

Marcelo Câmara afirma que mensagens com Mauro Cid buscavam aproximação, não espionagem contra Alexandre de Moraes.

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  • Marcelo Câmara negou monitoramento ilegal de Moraes em audiência no STF, nesta quinta-feira (24).
  • Coronel alegou que trocas de mensagens com Mauro Cid buscavam apenas aproximação institucional.
  • A PGR aponta que Câmara participou de grupo que planejava manter Bolsonaro no poder.
  • Julgamento do núcleo 2 da trama golpista, que inclui Câmara, deve ocorrer ainda em 2024.

O coronel do Exército Marcelo Câmara negou nesta quinta-feira (24) ter feito monitoramento ilegal do ministro Alexandre de Moraes, durante interrogatório no STF sobre a trama golpista de 2022.

Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro, está preso e é réu no núcleo 2 da ação penal que apura tentativa de golpe para manter o ex-presidente no poder após as eleições.

Coronel diz que buscava aproximação com Moraes

Durante a audiência por videoconferência, Câmara afirmou que as mensagens trocadas com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, não tinham como objetivo espionar Moraes. Segundo ele, as informações sobre deslocamentos do ministro visavam “ajuste de agendas”.

“O nosso objetivo era uma aproximação com o ministro. Queríamos evitar uma série de problemas”, declarou o coronel.

O que dizem as mensagens entre Câmara e Cid?

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), em dezembro de 2022, Câmara informou a Cid que Moraes estaria em São Paulo. Na conversa, o ministro foi apelidado de “professora”.

“Partiu de Cid o termo professora. Ele disse que era uma brincadeira e entrei nessa brincadeira”, explicou o coronel.

Três pontos da acusação contra o coronel

1. Envio de informações sobre a localização de Moraes;

2. Participação em grupo que planejava ações para manter Bolsonaro no poder;

3. Suposta ligação com o plano “Punhal Verde Amarelo”, que previa ataques a autoridades.

Coronel nega plano de atentado

Marcelo Câmara também negou envolvimento no plano “Punhal Verde Amarelo”, citado pela PGR como tentativa de assassinato de Alexandre de Moraes, Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.

“Nunca participei de qualquer plano violento. Isso não condiz com minha conduta”, disse.

Quando será o julgamento final?

O processo do núcleo 2 está na fase final de interrogatórios. A expectativa é que o julgamento ocorra ainda em 2024. Já o núcleo 1, que inclui Bolsonaro, está nas alegações finais e pode ser julgado em setembro.

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