Minuta do golpe: STF aciona Google e mira aliados de Bolsonaro

No curso das apurações, o supremo determinou que o Google forneça dados de usuários e informações sobre conteúdos

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  • O ministro Alexandre de Moraes determinou ao Google, nesta terça (17), que identifique quem publicou a minuta do golpe online.
  • A defesa de Anderson Torres quer perícia para comparar o documento golpista da internet com o encontrado em sua casa.
  • No Amazonas, parlamentares cobram transparência, já que Lula venceu no estado com 62% dos votos válidos.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Google informe quem publicou na internet uma cópia da chamada “minuta do golpe”. A decisão foi tomada nesta terça-feira (17), após pedido da defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e réu por suposta participação em tentativa de ruptura institucional.

O documento, encontrado em 2023 na casa de Torres, teria sido usado como base para um possível decreto de estado de defesa. A proposta visava contestar o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Minuta do golpe e investigação no STF

Segundo a Polícia Federal, a minuta seria de conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro. A investigação apura se houve articulação para mobilizar as Forças Armadas em apoio à medida, considerada inconstitucional.

A defesa de Torres afirma que o documento é de domínio público e que sua presença na residência do ex-ministro não comprova envolvimento direto na suposta trama golpista.

Google deve colaborar com o STF

Moraes ordenou que o Google forneça dados técnicos que identifiquem o responsável pela publicação da minuta. A medida busca esclarecer se o documento encontrado com Torres é o mesmo que circula online.

Com as informações, os advogados pretendem solicitar uma perícia técnica. O objetivo é demonstrar que a versão do arquivo disponível na internet difere daquela apresentada em reuniões com militares.

Acareação entre Torres e general Freire Gomes

Além da decisão sobre o Google, Moraes autorizou uma acareação entre Anderson Torres e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército. O encontro está marcado para terça-feira (24).

Gomes foi ouvido como testemunha e participou de reunião com Bolsonaro, onde teriam sido discutidas medidas para contestar o resultado eleitoral. A defesa de Torres aponta contradições nos depoimentos do general.

Repercussão no Amazonas e no cenário nacional

No Amazonas, parlamentares acompanham o caso com atenção. A bancada federal tem cobrado transparência nas investigações e respeito ao processo democrático.

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, Lula venceu no Amazonas com 62% dos votos válidos no segundo turno. A tentativa de anular o resultado afeta diretamente a representação popular no estado.

O caso integra o inquérito das milícias digitais, que investiga a disseminação de conteúdos antidemocráticos. A apuração é conduzida pelo STF em parceria com a Polícia Federal.

As decisões de Moraes reforçam o papel do Judiciário na defesa da ordem constitucional. A atuação do STF tem sido central para apurar responsabilidades e proteger o processo eleitoral.

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