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- Filipe Martins negou no STF, em 24/08, envolvimento com a minuta do golpe investigada pela Corte.
- Ele afirmou que nunca teve contato com o documento e que sua existência não consta nos autos.
- A PGR o acusa de elaborar o documento golpista e de monitorar autoridades para dificultar o processo eleitoral.
- Martins chamou a minuta de “fantasma” e acusou o delator Mauro Cid de mentir em suas declarações.
Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, negou nesta quinta-feira (24) ter elaborado ou tido contato com a minuta do golpe investigada pelo STF.
O depoimento ocorreu no Supremo Tribunal Federal, durante interrogatório conduzido pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Tamai, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Martins é réu no chamado “núcleo jurídico” da suposta tentativa de golpe de Estado.
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Réu nega envolvimento com minuta do golpe
Martins afirmou que nunca teve acesso ao documento e que soube da existência da minuta apenas pela imprensa. “Refuto efusivamente. Não existe o menor fundamento nessa imputação”, declarou.
Segundo ele, não há nos autos nenhum documento com as características atribuídas à minuta pela Polícia Federal e pelo delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. “Esse documento não existe nos autos, o colaborador confirmou isso”, afirmou.
O que diz a denúncia da PGR?
A Procuradoria-Geral da República acusa Martins de ser figura central na elaboração da minuta. Ele também é investigado por supostamente ter monitorado o ministro Alexandre de Moraes e articulado ações com a Polícia Rodoviária Federal para dificultar o voto no Nordeste.
O núcleo jurídico é acusado de crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada e dano qualificado.
Minuta é chamada de “fantasma” por defesa
Martins destacou que a suposta minuta atribuída a ele não foi apresentada formalmente no processo. “Não só não tive contato com essa minuta antes, como não tive durante este processo”, disse.
“Por isso inclusive a minha defesa tem insistido em chamar essa minuta de minuta fantasma.”
Ele também criticou o delator Mauro Cid, afirmando que o ex-ajudante de ordens “tem contado mentiras”.
Três pontos de divergência entre réu e acusação
1. Existência do documento: Martins afirma que a minuta não consta nos autos.
2. Conteúdo: Ele nega que o documento tenha previsão de prisão de autoridades.
3. Participação: Diz que nunca teve contato com a minuta nem participou de sua elaboração.