Ministério Público apura racismo contra vereadora em Maués

Investigação foi iniciada após a vereadora relatar ofensas discriminatórias durante sessão na Câmara Municipal.

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O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) abriu investigação para apurar ataques racistas contra a vereadora Carla Leite (PSD), de Maués. As ofensas ocorreram após discurso da parlamentar na Câmara Municipal e envolvem a participação de um servidor público.

As denúncias foram formalizadas pelo deputado estadual Ednailson Rozenha (PMB) e pelo vereador Paulo Rodrigo (Republicanos), com apoio de outros parlamentares locais. O caso repercute em meio ao debate nacional sobre racismo institucional.

Ministério Público investiga racismo em Maués

Segundo o MPAM, o perfil “Portal Mundurucania Falante”, no Facebook, publicou conteúdo comparando a vereadora a um chimpanzé. A publicação foi classificada como de cunho racista e ofensivo.

O promotor Caio Lúcio Fenelon Assis Barros determinou diligências iniciais. A Delegacia de Polícia de Maués tem 20 dias para informar se há inquérito em andamento. Caso positivo, deverá enviar cópias das investigações.

Servidor público envolvido em publicação ofensiva

As denúncias apontam que um servidor da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) compartilhou nova publicação com conteúdo discriminatório. A participação de agentes públicos agrava a situação e pode configurar violação de dever funcional.

O MPAM reforça que está atento a práticas de discriminação racial. O órgão afirma que trata casos como esse com prioridade, conforme diretrizes do Conselho Nacional do Ministério Público.

Racismo político e contexto nacional

Casos de racismo contra autoridades públicas têm crescido no Brasil. Segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos, denúncias de injúria racial aumentaram 40% em 2023.

Especialistas apontam que o racismo político visa silenciar vozes negras em espaços de poder. A vereadora Carla Leite é uma das poucas mulheres negras no legislativo de Maués, cidade com mais de 60% da população autodeclarada parda ou preta, segundo o IBGE.

Repercussão e medidas esperadas

O caso gerou manifestações de solidariedade de entidades civis e partidos políticos. A expectativa é que o MPAM atue com celeridade para identificar os responsáveis e garantir a responsabilização criminal e administrativa.

O episódio também reacende o debate sobre a regulação de conteúdos racistas nas redes sociais. Projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional propõem punições mais severas para crimes de ódio online.

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